Trânsito muito complicado
O
projeto que cria a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), que tramita na Assembléia
Legislativa em regime de urgência, está provocando atritos entre partidos que
formam a base do governo estadual. Além
do PDT, que ameaça inclusive vetar a criação da EGR, muitos parlamentares de
outros partidos aliados ao Piratini.
Para
hoje, estão previstos vários encontros sob o comando do Chefe da Casa Civil,
Carlos Pestana (PT) numa tentativa de negociar alguns pontos do projeto que
possam viabilizar sua aprovação. Um dos pontos a ser negociado é o compromisso
do governo em garantir que o que for arrecadado nas praças de pedágio será
investido nas estradas correspondentes, sem passar pelo caixa único. O item faz
parte do substitutivo que os deputados do PDT ameaçam apresentar durante a
votação e que já foi entregue ao governador.
Outro
ponto defendido pelos pedetistas é de que os pedágios sejam exclusivamente
comunitários, além do fim dos contratos atuais, sem possibilidade de renovação.
Pestana
já admite incorporar as sugestões ao projeto, de forma a “mais ou menos ir de
encontro ao que deseja o PDT”.
O
PDT insiste que é desnecessária a criação da EGR e lembra que ela terá um custo
muito alto. Para os pedetistas, além do DAER, já existe uma outra estrutura, a
Metroplan, que poderia desempenhar as funções destinadas a EGR.
O
governo já admite, diante das divergências surgidas, transferir a votação
prevista para o dia 5 de junho, para o dia 12.
Relações abaladas
Além
da criação da EGR, a questão dos pedágios é mais um dos pontos que gera
conflito entre o PDT e o Executivo. Mesmo que o governo insista em afirmar que
está tudo tranqüilo, as relações com o PDT estão abaladas. Os pedetistas não se
conformam com a questão do magistério, do aumento da alíquota de contribuição
previdenciária e das taxas do Detran.
Ainda
que o líder da bancada, Gerson Burmann evite tornar publicas as discordâncias,
o presidente estadual, Romildo Bolzan Jr. Não esconde sua insatisfação. “O
governo talvez não esteja avaliando corretamente o problema que está
enfrentando. Todos os projetos são muito desgastantes, e o governo tem grandes
dificuldades em fazer os encaminhamentos. E não é só o PDT que tem problemas
para votar, não”, afirmou Bolzan.
No
núcleo governamental, há quem afirme que a revolta do PDT está relacionada às
eleições municipais. A verdade, no entanto, é que a preocupação maior está no
fato de que, sem os sete votos do PDT, o governo perde a maioria na Assembleia.
Foto:
Ramiro Furquin
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