segunda-feira, 21 de maio de 2012

Trânsito muito complicado
O projeto que cria a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), que tramita na Assembléia Legislativa em regime de urgência, está provocando atritos entre partidos que formam a base do governo estadual.  Além do PDT, que ameaça inclusive vetar a criação da EGR, muitos parlamentares de outros partidos aliados ao Piratini.
Para hoje, estão previstos vários encontros sob o comando do Chefe da Casa Civil, Carlos Pestana (PT) numa tentativa de negociar alguns pontos do projeto que possam viabilizar sua aprovação. Um dos pontos a ser negociado é o compromisso do governo em garantir que o que for arrecadado nas praças de pedágio será investido nas estradas correspondentes, sem passar pelo caixa único. O item faz parte do substitutivo que os deputados do PDT ameaçam apresentar durante a votação e que já foi entregue ao governador.
Outro ponto defendido pelos pedetistas é de que os pedágios sejam exclusivamente comunitários, além do fim dos contratos atuais, sem possibilidade de renovação.
Pestana já admite incorporar as sugestões ao projeto, de forma a “mais ou menos ir de encontro ao que deseja o PDT”.
O PDT insiste que é desnecessária a criação da EGR e lembra que ela terá um custo muito alto. Para os pedetistas, além do DAER, já existe uma outra estrutura, a Metroplan, que poderia desempenhar as funções destinadas a EGR.
O governo já admite, diante das divergências surgidas, transferir a votação prevista para o dia 5 de junho, para o dia 12.


Relações abaladas
Além da criação da EGR, a questão dos pedágios é mais um dos pontos que gera conflito entre o PDT e o Executivo. Mesmo que o governo insista em afirmar que está tudo tranqüilo, as relações com o PDT estão abaladas. Os pedetistas não se conformam com a questão do magistério, do aumento da alíquota de contribuição previdenciária e das taxas do Detran.
Ainda que o líder da bancada, Gerson Burmann evite tornar publicas as discordâncias, o presidente estadual, Romildo Bolzan Jr. Não esconde sua insatisfação. “O governo talvez não esteja avaliando corretamente o problema que está enfrentando. Todos os projetos são muito desgastantes, e o governo tem grandes dificuldades em fazer os encaminhamentos. E não é só o PDT que tem problemas para votar, não”, afirmou Bolzan.
No núcleo governamental, há quem afirme que a revolta do PDT está relacionada às eleições municipais. A verdade, no entanto, é que a preocupação maior está no fato de que, sem os sete votos do PDT, o governo perde a maioria na Assembleia.
Foto: Ramiro Furquin

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