quinta-feira, 21 de novembro de 2019
Relatório da CPI do BNDES
chega às
mãos do procurador Augusto
Aras
O procurador-geral da
República, Augusto Aras, recebeu ontem (20) de parlamentares o
relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara que apurou
irregularidades no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES).
O documento foi entregue
pelo deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), que presidiu a CPI, e por outros
integrantes do colegiado. Segundo a PGR, o relatório será agora encaminhado aos setores competentes
do Ministério Público Federal (MPF), que deverão analisar as medidas cabíveis.
O relatório foi aprovado
em 22 de outubro e pede o indiciamento de 52 pessoas, entre
ex-ministros da Fazenda, como Guido Mantega e Antônio Palocci, ex-presidentes e
ex-diretores do BNDES e executivos de empresas como Odebrecht e JBS, que teriam
feito operações suspeitas com o banco.
A lista de indiciamentos
chegou a contar com os nomes dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e
Dilma Rousseff, mas a inclusão deles no rol de suspeitos acabou sendo derrotada
na votação do relatório final da CPI. Outras nove pessoas também tiveram seus
nomes retirados.
Segundo o documento, a
comissão encontrou indícios de crimes de corrupção e formação de quadrilha no
âmbito do banco, em operações para internacionalização e o financiamento de
obras no exterior de grandes empresas como a JBS.
À época da aprovação do
relatório, a holding J&F,
controladora do frigorífico JBS, divulgou nota em que diz que "a empresa e
seus acionistas colaboram com a Justiça”.
É a terceira CPI do BNDES
realizada no Congresso – duas na Câmara e uma no Senado –, sendo que nas duas
primeiras ninguém foi indiciado.
Fonte; Agência Brasil
PSL entra na zona do rebaixamento
dos partidos da Câmara
Nesta quinta-feira (21)
será lançado, com a presença do presidente Jair Bolsonaro, o partido Aliança
pelo Brasil. Para ser criado oficialmente ainda será preciso todas as
assinaturas necessárias. Mas com isso o PSL perde uns 30 deputados.
O partido era o vice: a
segunda sigla com mais deputados na Câmara. Será o 11°. Vai estar na zona do
rebaixamento, para usar a linguagem do futebol. Mas o partido continua com seu
presidente Luciano Bivar, que teve sérios desentendimentos com o presidente da
República por conta do uso desse fundo partidário que é uma beleza.
PEC da prisão em segunda
instância
Uma boa notícia na
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Foi aprovado o projeto de
emenda à Constituição (PEC) que muda a redação dos artigos 102 e 105. O art.
102 fala das atribuições do Supremo Tribunal Federal (STF) e o art. 105 fala
das atribuições do Superior Tribunal de Justiça STJ).
Assim, ninguém mexe no
artigo 5 da Constituição, que diz respeito aos direitos e garantias individuais
do cidadão - e que seria uma cláusula pétrea pelo que diz o artigo 60.
Com as mudanças, os
artigos 102 e 105 dizem que não existe mais recurso extraordinário ao Supremo e
nem recurso especial ao STJ. Ou seja, o último recurso passa a ser no tribunal
de recurso, que é a segunda instância. É uma boa ideia.
Aliás, eu estava lendo
esses dois artigos e vi que o STF só poderia aceitar esses recursos se tivesse
respeito a um artigo da Constituição que tivesse sido violado. Em relação ao
STJ, apenas se alguma lei federal tivesse sido violada.
Agora, imaginem só a
ginástica de advogados caríssimos para encontrar a violação na Constituição em
lei federal para conseguir esses recursos. Enfim, se passar em dois turnos nos
plenários da Câmara e do Senado, com 60% de maioria, esse “ganha caviar” vai
acabar.
A um passo da embaixada
Nestor Forster, que está
há anos no consulado de Nova Iorque – e que já estava substituindo o embaixador
– foi aceito pelo Senado norte-americano como embaixador. Agora ele vai ser
submetido ao Senado brasileiro.
A indicação de Forster foi
ótima para o Brasil, e para Eduardo Bolsonaro, que não vai precisar deixar
os seus 1,86 milhão eleitores para trás. Eu acho que não seria uma boa atitude
o deputado federal mais votado do Brasil dar as costas para os seus eleitores.
A Rede e o DPVAT
O partido Rede entrou no
STF para tentar anular a medida provisória do presidente Bolsonaro que diz que
a partir do dia 1º de janeiro de 2020 não vai mais existir o DPVAT, o seguro
obrigatório para veículos e embarcações. Recém começou a contar o prazo de 120
dias da MP e a Rede já recorreu ao Supremo. Por que essa pressa?
Eu lembro que antes já
tentaram eliminar o DPVAT, que existe desde 1974. Mas havia o lobby poderoso de
José Dirceu. Agora é a Rede que está entrando nessa. Afinal, é um faturamento
de R$ 4,6 bilhões por ano.
Nada contra o seguro. Eu
faço o seguro do meu carro, e pago dois: o obrigatório e o meu seguro por
sensatez, para me proteger. É muito ruim a gente pagar algo obrigado. Obrigação
a gente tem de pagar salário, previdência e tributo. Mas, convenhamos, seguro?
Deixe que a gente pague um facultativo, até o imposto sindical entrou nessa do
facultativo.
Alexandre Garcia
'Seu Jair'
O porteiro do condomínio
onde o presidente Jair Bolsonaro tem casa no Rio depôs à Polícia Federal. Ele voltou atrás sobre
o que disse à Polícia Civil por duas vezes em outubro: que, no dia do assassinato
de Marielle Franco, um dos acusados do crime entrou no condomínio
dizendo que ia à casa 58, de Bolsonaro.
Ele mudou de versão ao
depor à PF: afirmou que errou ao
dizer que havia falado com o "Seu Jair" e que se
equivocou ao anotar o número 58 no registro da portaria. Segundo fontes, o porteiro alegou que,
quando chamado a depor pela Polícia Civil, ficou nervoso e não se corrigiu,
mesmo sabendo que tinha errado.
O depoimento faz parte do
inquérito que apura se o porteiro cometeu crimes de obstrução da Justiça, falso
testemunho e denunciação caluniosa contra o presidente.
Fernando Pimentel (PT)
condenado a 10 anos de prisão
A Justiça Eleitoral
condenou o ex-governador Fernando
Pimentel (PT) a 10 anos e 6 meses de prisão por tráfico de
influência e lavagem de dinheiro, com o agravante de abuso de poder, por ter
usado o cargo de ministro para cometer os crimes. O inquérito apurou
irregularidades de caixa 2 no período em que Pimentel foi ministro do
Desenvolvimento, no governo Dilma, entre 2011 e 2014.
A juíza Divina de Paula
Peixôto determinou que a pena seja cumprida em regime fechado, mas o
ex-governador poderá recorrer em liberdade.
O empresário Benedito
Rodrigues de Oliveira, o “Bené”, que teria prestado serviços para a campanha de
Pimentel ao governo de Minas em 2014 e ajudado no esquema de caixa 2, foi
condenado a 8 anos de prisão.
Marcos Coimbra, sócio da
Vox Populi, e o empresário Márcio Hiran Novaes também foram condenados.
A decisão afirma que os
direitos políticos de Pimentel e dos outros réus serão suspensos após trânsito
em julgado da condenação – ou seja, quando não couber mais recurso.
Carteira assinada
O Ministério da Economia
divulga hoje os dados de outubro do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged), que reúne as contratações e demissões de empregados com
carteira assinada do país. Em setembro,
157.213 empregos foram criados com base na CLT.
Governo Bolsonaro libera
verba para
reconhecimento de terras
quilombolas
Ministra da Mulher, da
Família e Direitos Humanos (MMFDH) do governo Bolsonaro, Damares Alves anunciou
na tarde desta quarta-feira (20) o repasse de quase R$ 2 milhões para fomentar
a titulação de territórios quilombolas: mecanismo de reconhecimento de terras
de famílias que vivem em quilombos. Em março, a ministra havia sido cobrada
quanto ao reconhecimento por representantes da Coordenação Nacional de
Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq).
A verba será repassada da
Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SNPIR) para o
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), e será utilizada
para o reconhecimento de terras de 628 famílias. “O governo Bolsonaro é
comprometido com os povos. A terra é um bem extremamente valioso para as
comunidades tradicionais e estamos trabalhando para garantir os direitos dessas
populações”, disse Damares sobre a relação de Bolsonaro e quilombolas. Ela
valorizou o fato de a verba ter sido liberada no Dia da Consciência Negra. Após
a titulação de territórios quilombolas, fica proibida a venda e penhora.
Tribunal da Lava Jato
remete um
dos processos de Lula para
Brasília
Segunda instância dos
julgamentos da Lava Jato, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4)
decidiu remeter à Justiça Federal do Distrito Federal o inquérito que investiga
a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em suposta fraude no
processo de contratação da construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte, e que
estava “nas mãos” da 13ª Vara Federal de Curitiba. A decisão foi tomada em
julgamento de habeas corpus na 8ª turma do TRF-4.
Relator do caso, o
desembargador federal João Pedro Gebran Neto avaliou que a competência de
julgamento deve ser de Brasília porque o grupo Eletrobrás e Norte Energia S/A,
responsável pela construção da usina, possui endereço em Brasília, e Belo Monte
fica no Pará. Além do envio do processo, Gebran negou o pedido da defesa de
Lula de enviar os autos para a Justiça Eleitoral. O argumento dos advogados do
ex-presidente é que os delatores argumentam que o pagamento de propinas servia
como doação a campanhas políticas.
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