quarta-feira, 6 de novembro de 2019
Bolsonaro “O povo vai decidir
sobre extinguir
municípios"
André da Rocha (RS) tem pouco mais de 1.300 habitantes |
O presidente Jair
Bolsonaro disse, nesta quarta-feira (6), ao deixar o Palácio da Alvorada, que a
proposta de extinguir municípios com menos de 5 mil habitantes sem
sustentabilidade financeira não será imposta. "O povo vai decidir",
declarou. "E a população vai ter de concordar. Ninguém vai impor nada
não", disse. A proposta do governo apresentada no novo Pacto Federativo é
com os municípios com arrecadação própria menor que 10% da receita total, mas
que acabam mantendo uma máquina de cargos e salários considerável, com
prefeitura, secretarias e Câmara de Vereadores.
Brasil alcança recorde de
13,5 milhões de miseráveis
O Brasil atingiu nível recorde de pessoas
vivendo em condições de miséria no ano passado, 13,537 milhões de brasileiros,
contingente maior do que toda a população da Bolívia. Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais (SIS),
divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
O País tem mais miseráveis
do que a soma de todos os habitantes de países como Portugal, Bélgica, Cuba ou
Grécia.
“A pequena melhora no
mercado de trabalho não está chegando a essas pessoas, está pegando pessoas já
numa faixa (de renda) mais alta. A extrema pobreza cresce”, ressaltou André
Simões, gerente da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE.
A pesquisa do IBGE
considerou a classificação do Banco Mundial para a pobreza extrema, ou seja,
pessoas com rendimentos inferiores a US$ 1,90 por dia, o equivalente a cerca de
R$ 145,00 mensais.
O programa
Bolsa Família, voltado para a redução da extrema pobreza, atende às famílias
com renda per capita de até R$ 89 mensais. Famílias com renda per capita entre
R$ 89,01 e R$ 178,00 mensais podem ser contempladas apenas se tiverem crianças
ou adolescentes até 17 anos de idade.
Por outro
lado, o total de miseráveis no País vem crescendo desde que começou a crise, em
2015. Em 2014, 4,5% dos brasileiros viviam abaixo da linha de extrema pobreza.
Em 2018, esse porcentual subiu ao patamar recorde de 6,5%. Em quatro anos de
piora na pobreza extrema, mais 4,504 milhões de brasileiros passaram a viver na
miséria, a maioria deles era de cor preta ou parda.
Fonte: Estadão
Inflação para famílias de
baixa renda cai 0,12%
A inflação para famílias
com renda até 2,5 salários mínimos caiu 0,12%. O Índice de Preços ao
Consumidor–Classe 1 (IPC-C1), divulgado hoje (6) pela Fundação Getúlio Vargas
(FGV), ficou 0,03 ponto percentual abaixo da taxa registrada em setembro, que
foi de -0,09%. No ano, o índice acumula alta de 3,07%. E, nos últimos 12 meses,
de 3,14%.
Embora tenha caído no mês
passado, o IPC-C1 está acima do índice nacional, o IPC-BR. Em outubro, o IPC-BR
variou -0,09%, com 2,93% marcados nos últimos 12 meses.
Quatro das oito classes de
despesa registraram quedas: habitação (0,26% para -0,47%), comunicação (0,54%
para -0,03%), educação, leitura e recreação (0,37% para 0,09%) e saúde e
cuidados pessoais (0,22% para 0,20%).
Por sua vez, o grupo
alimentação subiu de -0,72% para -0,18% e o grupo despesas diversas foi de
0,13% para 0,45%).
Fonte: Agência Brasil
Megaleilão do pré-sal
O governo faz hoje o
megaleilão do pré-sal. A expectativa é arrecadar
R$ 106,5 bilhões com os quatro campos de petróleo. 14
empresas foram habilitadas para participar, mas duas anunciaram
que decidiram ficar de fora. Com os recursos, o rombo
nas contas públicas de 2019 pode ser o menor em 5 anos. A
produção pode
dobrar.
Preço de emissão de
passaporte deve
cair com fim de monopólio, diz ministro
O ministro Jorge Oliveira,
da Secretaria Geral da Presidência, disse que as tarifas para emissão de
passaporte serão reduzidas em virtude da quebra do monopólio da Casa da Moeda,
que possibilitará a realização de concorrência no setor. Oliveira, no entanto,
não detalhou a expectativa de economia com a redução do preço emissão de
passaporte. Segundo o ministro, o processo será conduzido pela Receita Federal.
A Casa da Moeda realiza a
emissão de moedas metálicas, cédulas, passaportes e selos, e a quebra de
monopólio da Casa da Moeda foi uma das medidas anunciadas pelo presidente Jair
Bolsonaro (PSL) nesta terça-feira (5), em cerimônia no Palácio do Planalto em
comemoração aos 300 dias de governo. A estatal faz parte da lista de empresas
passíveis de privatização para até 2022.
Mourão vai à posse de
Alberto Fernandéz
O
vice-presidente Hamilton Mourão será o representante do governo
brasileiro na posse do presidente eleito na Argentina, Alberto Fernandéz, diz o
jornal argentino El Clárin. A informação foi repassada por assessor do Palácio
do Planalto a um integrante da comitiva de Fernandéz, que está em viagem ao
México. A posse está marcada para 10 de dezembro, em Buenos Aires. O presidente
Jair Bolsonaro, ao saber o resultado da eleição, não cumprimentou a vitória e
disse que a “Argentina escolheu mal”. Mourão, que era o presidente em exercício
na data, disse que não iria “atravessar o samba” e cumprimentar Fernandéz, pois
caberia a Bolsonaro decidir - o presidente apoiava a reeleição do presidente
Mauricio Macri. Oficialmente, a presença de Mourão não foi confirmada pelos
dois governos.
Noite violenta em La Paz
deixa oito feridos em protestos
Ao menos oito pessoas
ficaram feridas e várias foram presas durante confrontos entre manifestantes
pró e contra o presidente boliviano, Evo Morales, na noite desta terça-feira
(5), segundo a imprensa local. A polícia interveio e, usando gás lacrimogêneo,
dispersou o movimento de médicos e universitários que pediam a renúncia do
presidente e tentavam entrar na praça Murillo, onde está localizada a sede do
governo. De acordo com o jornal La Razón, o confronto durou mais de três horas.
Seis universitários ficaram feridos, incluindo dois com traumatismo craniano.
De acordo com o relatório médico do Seguro Social Universitário, todos estão
estáveis e fora de perigo. Os protestos contra as eleições de 20 de outubro,
que deram vitória para Morales, estão na terceira semana.
Presidente do Chile diz
que não renuncia
e que pode discutir mudanças na Constituição
O
presidente do Chile, Sebastián Piñera, garantiu que não vai renunciar, apesar
dos pedidos de manifestantes, e disse que está disposto discutir mudanças na
Constituição.
"Estamos
dispostos a discutir sobre tudo, incluindo uma reforma na Constituição",
afirmou Piñera em entrevista à BBC publicada nesta terça-feira (5). O
presidente chileno defendeu a sua decisão de decretar estado de emergência e
assegurou que os casos de abuso de força, assim como os casos de incêndio e
depredação promovidos por manifestantes, serão investigados e punidos.
Futebol
Campeonato Brasileiro
19h30: Corinthians x
Fortaleza
20 horas: Atlético-MG x
Goiás
21 horas: Avaí x Santos
21h30: Vasco x Palmeiras
21h30: Bahia x Chapecoense
21h30: Athletico-PR x
Cruzeiro
Copa do Mundo Sub-17
20 horas: Brasil x Chile
300 dias de governo.
600
dias sob pressão
Nesta terça-feira (5), o
presidente Jair Bolsonaro fez 300 dias de governo. Ele chegou a dizer ao
presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que o elogiava: “Não queira sentar na
minha cadeira”. A cadeira da presidência é uma espécie de cadeira de faquir, cheia
de prego.
São 300 dias sob pressão.
Aliás, eu diria 600 dias sob pressão, porque desde que souberam que ele seria
candidato começou a pressão sobre ele. Foi eleito. E continua resistindo, está
governando.
Pacote de PECs
Também nesta terça-feira,
Bolsonaro levou pessoalmente a Alcolumbre, presidente do Congresso e do Senado,
três propostas de Emenda à Constituição. A primeira proposta é chamada de Pacto
Federativo, talvez a mais importante. A ideia é tornar a República Federativa
do Brasil realmente uma federação, e não uma república unitária - como é de
fato pela Constituição de 1988 e pela rotina do dia a dia em que a União detém
o poder e o dinheiro.
Entre as propostas do
Pacto Federativo está a de que municípios que não têm autonomia financeira voltem
a ser distritos. Isso já estava na proposta de revisão constitucional de 1993.
Eu vi. A razão por não ter saído a revisão naquele tempo foi que Orestes
Quércia boicotou a proposta com “seu PMDB” para manter essa multidão de
municípios.
São 1.259 municípios na
situação de não ter arrecadação suficiente. São prêmios para aqueles que
tornaram o distrito em município. São os chefes políticos do novo município -
coisa que não poderia acontecer com a cidade sede tendo outras lideranças.
Eu aproveito para avisar
os meus coleguinhas que município e cidade não são sinônimos. Cidade é uma
aglomeração urbana; município é uma entidade jurídica do direito público, uma
parte da federação: municípios, estados e União.
Outra proposta do governo
é que por 12 meses fica reduzido o horário dos funcionários públicos da União e
reduzido, proporcionalmente, o salário deles. E no último ano de um governo não
pode haver alteração de salário, gratificação ou abono.
Por último, a terceira
proposta: os fundos de governo que estão parados possam ser usados para abater
a dívida, assim economizando juros, para fazer um plano de infraestrutura e
para erradicar a pobreza.
O presidente do Congresso
recebeu isso com otimismo e entusiasmo e fez um discurso dizendo que Bolsonaro
é mesmo legislativo, já que ficou 29 anos no Legislativo e só 10 meses no
Executivo. Disse também que as propostas do presidente serão sempre muito
bem-vindas e bem acolhidas, e que o Congresso está do lado dele.
Se assim for, nesta quarta
(6) Alcolumbre já deve dar encaminhamento a essas propostas. Ele está
conversando com as lideranças partidárias do Senado para ver a agenda.
Privatização da Eletrobras
e outros decretos
O presidente Bolsonaro
também assinou nesta terça um projeto de lei para viabilizar a venda da maioria
das ações da Eletrobras. Essa é uma forma de privatizar a empresa. O governo
fica com menos de 50%, mas nenhuma ação preferencial ou golden share (com
direito de veto) fica com o governo. As ações ordinárias - as com direito de
voto - serão entregues à iniciativa privada. Só que é um projeto de lei. Então,
ainda vai passar pelas modificações no Congresso.
Uma medida provisória (MP)
- que também vai passar por modificações no Congresso - tira o monopólio da
Casa da Moeda para imprimir papel moeda, para cunhar moeda, para imprimir selos
e estampilhas e para fazer passaporte. Eu almoço hoje (6) com o presidente da
Casa da Moeda para conversar sobre isso.
Além disso, o presidente
assinou decretos que extinguem 304 colegiados que não estão fazendo nada, e
revogou 257 decretos que estavam atrapalhando a vida das pessoas. Isso
significa, em média, 46 normas novas por dia nos últimos 30 anos - uma loucura.
Um decreto consolida 77
convenções da Organização Internacional do Trabalho, porque isso atrapalha as
navegações aéreas e marítimas. Quando eles chegam aqui, em vez de OIT, é
aplicado a CLT e complica tudo.
São mudanças que vêm para
cumprir parcialmente a promessa feita na campanha de tirar o estado do cangote
das pessoas e das empresas no Brasil. É preciso que o estado deixe de
atrapalhar, deixe de ser o principal concorrente das empresas brasileiras e
deixe de ser o principal arrecadador de riqueza.
Alexandre Garcia
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