Eu vi nascer a lenda do
Capitão Cueca
O deputado José Guimarães
ficou conhecido como Capitão Cueca depois daquela agressão dentro do avião,
coisa de pessoa mal educada. Eu queria dar meu testemunho porque eu estava
naquele dia, no aeroporto de Congonhas quando aconteceu o episódio.
O secretário de José
Guimarães estava levando um dinheiro que teria vindo do cofre do PT, que ia
sofrer uma espécie de intervenção por parte de Tarso Genro. O dinheiro estava
sendo distribuído pelos estados, aliviando os cofres do partido. Naquela época,
o presidente do partido era José Genoíno.
O dinheiro que saiu por
rodoviária deu certo, mas o dinheiro que saiu por Congonhas foi flagrado.
Encontraram uma pasta cheia de dinheiro nacional, o que não é nenhum crime, mas
era tanto dinheiro que foi solicitado que o portador fosse até o posto da
polícia.
O delegado me contou que
no posto da polícia pediu para ele sentar; mas ele não queria. O delegado
insistiu; ele sentou. Foi nesse momento que o delegado percebeu que o
secretário ficou alto demais na cadeira.
Com isso, o delegado deu a
ordem: baixe as calças! A cueca dele estava cheia de notas de dólares. Esse foi
o episódio que eu posso relatar porque eu estava lá e me contaram na hora.
Memórias do herói Villas
Bôas
O general Villas Bôas foi
transferido do hospital das Forças Armadas para o Hospital Sírio Libanês. Ele
está com ELA (esclerose lateral amiotrófica), que é uma doença progressiva e
degenerativa. Provavelmente está em estado grave.
Eu queria dizer aqui a
pedido da família: registrei entrevistas com ele, memórias dele, para que ele fique compondo a história contemporânea do Brasil, porque foi um herói. Esses
materiais vão constar no acervo do Instituto Villas Bôas, que será um instituto
para pensar o país. Provavelmente o lançamento vai ser no início de dezembro.
Estão perdendo a boquinha
O PCdoB está com 55
emendas procurando alterar a Medida Provisória que cortou a renda da UNE,
instituindo a carteira estudantil gratuita. Esse era um grande rendimento da
UNE e eles usavam isso para financiar as grandes manifestações que faziam.
Foi a mesma coisa que
aconteceu com o MST; depois que se cortou o fornecimento de dinheiro, não houve
mais invasões. Os partidos, depois que deixaram de pegar dinheiro da Petrobras,
do Ministério do Trabalho e dos outros, estão querendo pegar dinheiro do fundo
eleitoral. Mas não se pega mais dinheiro de negociata de empreiteiras, de
Petrobras, empresas públicas e bancos públicos. Essa é uma transformação que a
gente está vendo no novo Brasil.
Os partidos não mandam
mais em estatais e nem em ministérios porque quem manda é aquele que recebeu os
votos da maioria para chefiar o poder Executivo - e está havendo uma chefia
desse poder.
O poder Executivo não está
se metendo no poder Legislativo e nem no Judiciário. Está havendo uma mudança.
Estamos caindo em uma democracia, digamos assim, e é muito bom.
Podemos alimentar o mundo
A ministra da Agricultura,
Tereza Cristina, é do ramo e conhece o ramo. Ela andou pelos países árabe e
agora está saindo da Alemanha e indo para a Suíça, garantindo um mercado que
nós já temos, mas que pode crescer bem mais.
A agroindústria brasileira
tem condições de abastecer e alimentar o mundo e de continuar trazendo divisas
para o Brasil. O setor agrícola e pecuário é que tem sustentado este país e
suas contas externas.
Eu creio que o trabalho da
ministra vai incrementar ainda mais o comércio internacional dos nossos
produtos agrícolas. Tem tanta gente que bate no setor agrícola - talvez não
saiba que a comida não sai do supermercado e sim da terra.
Cada vez mais a gente tem
uma produtividade maior. A produção cresce muito mais do que a área plantada,
portanto, está aumentando a produtividade. Por isso, registro o débito que tem
esse país para com o setor agropecuário. Tomara que o país saiba administrar
bem todas as necessidades desse setor.
Aqui na minha cidade eu
visitei uma indústria de primeiro mundo cujos equipamentos que ela produz, que
são de aço, praticamente estão a bordo das colheitadeiras não apenas do Brasil,
mas do mundo inteiro.
Alexandre Garcia
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