O segundo semestre começa
agora.
Mais precisamente, nesta
terça-feira
Nesta terça-feira (6)
recomeça de fato o trabalho na Câmara e no Senado, depois das férias dos
Congressistas. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente do
Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o ministro da Economia, Paulo Guedes, e
alguns assessores se reuniram na segunda-feira (5) para falar sobre a reforma
da Previdência, que agora vai entrar a toda.
Rodrigo Maia e o líder do
Novo, Marcel Van Hattem (RS), acham que até esta quarta (7) estará tudo
resolvido. Eu acho que não, talvez até quinta-feira (8). E essa é uma
expectativa otimista. Se resolvida na Câmara, a reforma vai semana que vem para
o Senado, e Davi Alcolumbre já conversou com o ministro Paulo Guedes para tocar
a pauta.
A reforma da Previdência
vai ser uma espécie de chave para abrir o país para um novo período, mais
otimista em relação ao equilíbrio das contas públicas, que estavam totalmente
desequilibradas – embora o esforço do governo tenha feito com que o déficit
primário do mês de junho tenha sido um terço déficit primário do mês de junho
do ano anterior; de R$ 5 bilhões contra pouco mais de R$ 14 bilhões.
O que vem
pela frente
Depois da reforma da
Previdência vem a reforma Tributária. São duas reformas tributárias já tramitando,
uma na Câmara e outra no Senado. E parece que vem mais uma da Secretaria da
Receita Federal.
A propósito, Paulo Guedes
também conversou com o ministro Sergio Moro, que estava com o Coaf antes de o
órgão voltar para o ministério da Economia. Como o presidente do Coaf foi
nomeado por Sergio Moro, eles estavam conversando se vai continuar a mesma
pessoa na presidência ou se vão colocar outro nome.
O que a gente está vendo é
aquilo que eu já disse aqui para vocês. Não importa onde estiver o Coaf, os
ministros da Justiça e Segurança Pública e da Economia vão estar de mãos dadas
para combater a lavagem de dinheiro, a transferência de grandes somas e seguir
o dinheiro para descobrir crimes.
Por falar em
crimes de lavagem de dinheiro...
O presidente da Itaipava,
Walter Faria, que estava foragido desde o dia 31 de agosto, foi a Curitiba se
entregar para a Lava Jato. Os advogados dizem que ele quer colaborar e prestar
esclarecimentos.
Isso é bom, porque ele
deve ter uma lista de nomes de gente que recebeu propina. A Cervejaria de
Petrópolis foi usada para lavar mais de R$ 300 milhões para a Odebrecht. Walter
Faria também aproveitou para repatriar dinheiro da Suíça - tinha R$ 1,4 bilhão.
Mas, enfim, ele está lá para falar.
Se Marcelo Odebrecht - que
está em casa porque fez um acordo de colaboração premiada com a Justiça - não
contou essa ligação com a Itaipava, ele está em maus lençóis porque pode voltar
para a prisão.
Essa é uma boa adesão no
combate ao crime. Lava Jato é sinônimo de combate ao crime. A operação começou
lá no posto de lavagem de carro, em Brasília, se expandiu e a gente descobriu
talvez o maior esquema de corrupção que esse país já viu.
Partidos políticos -
principalmente o PT e também o MDB - usando a Petrobras. Uma vez eu falei com
um fornecedor da Petrobras e ele me disse que desistiu porque tinha que falar
com o líder do PT para abrir o negócio.
Para encerrar
Há bons fluidos para esse
semestre, que na prática está começando agora. Uma: os acordos Brasil e Estados
Unidos de investimento em infraestrutura no Brasil. Claro que os americanos vão
querer ganhar dinheiro, mas nós também queremos ganhar o investimento para
manter a infraestrutura brasileira.
A outra questão é que a
confiança do empresariado está subindo e o desemprego caindo um pouco. Nada
como o otimismo. Aliás, o otimismo é a máquina que alimenta, porque é com a
pessoa acreditando no futuro que ela vai investir. E ao investir, cria emprego.
Alexandre
Garcia
Gazeta do
Povo
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