Agora a abertura da caixa
preta é para valer!
Nesta terça-feira (16)
aconteceu a posse do novo presidente do BNDES, o jovem Gustavo Montezano. No
discurso, ele disse que em dois meses vai explicar esse processo todo chamado
de caixa preta do BNDES.
Montezano vai mostrar quem
autoriza, como foi feito e como o dinheiro brasileiro de um banco nacional para
desenvolvimento do país ajudou países como Angola, Moçambique e as ditaduras de
Cuba, Venezuela e Nicarágua. Ele quer explicar a influência política na decisão
sobre dar empréstimos para outros países e até mesmo a influência das
empreiteiras e do partido que estava no governo.
Eu perguntei ao presidente
Bolsonaro no almoço que tivemos ontem (16) se agora a abertura da caixa preta
do BNDES é para valer, porque Joaquim Levy não cumpriu e caiu fora. Bolsonaro
disse que é para valer, que essa é uma das ordens dele para o novo presidente
do BNDES.
Além da caixa preta do
BNDES...
Nesse almoço falamos muito
sobre ocupação territorial brasileira. O presidente contou os encontros que ele
teve com Macron e com a senhora Merkel no G20, no Japão.
Estava ao nosso lado o
secretário de assuntos fundiários do Ministério da Agricultura. E a gente viu
que na verdade o Brasil preserva dois terços do seu território. Isso equivale a
toda União Europeia.
Boa parte dessa
preservação é por parte dos agricultores, que preservam metade das terras, que
valeriam R$ 3 trilhões. Eles protegem essas terras com o gasto de R$ 20 bilhões
por ano. Não é pouco.
Existem parques, proteção
ambiental, terras indígenas e quilombolas, e as terras destinadas à reforma
agrária. A agricultura sustentou o caos da Dilma e a nossa balança comercial
com apenas 20% de pastagens e 8% de lavoura - 30% do território. O resto são
áreas de preservação.
Fernando de Noronha
Nós falamos também, já que
lá estava o presidente da Embratur - nesse mesmo almoço -, sobre o preço
caríssimo do ingresso de Fernando de Noronha e os empecilhos ambientais para
haver turismo, por exemplo, em Angra e em muitos outros locais em que nós
poderíamos estar faturando e ganhando dinheiro atraindo estrangeiros.
É certo que a gente não
atrai mais estrangeiros porque eles têm medo. O Brasil é um país inseguro,
principalmente para os brasileiros, e desorganizado no seu meio urbano. Nós
temos pouca informação para o turista, uma certa feiura, um certo lixo que a gente
vê na administração da cidades de um modo geral – além dos preços caríssimos
dos hotéis. Isso espanta os turistas.
Encontro do Mercosul
O Brasil vai assumir a
presidência do Mercosul hoje (17) na Argentina, na cidade de Santa Fé. Isso
significa que o presidente do Brasil vira presidente do Mercosul.
Vão ser assinados mais
acordos. Entre esses acordos têm um que diz que os moradores dos países do
tratado, quando estiverem em outro país do Mercosul (seja como turista,
empresário ou estudante) não vai pagar o extra da ligação no telefone celular.
É uma vantagem.
Sobre a embaixada nos EUA
Eu acho que Eduardo
Bolsonaro faria muito bem aproveitando as redes sociais para fazer uma espécie
de referendo entre os seus eleitores com uma enquete dizendo: “Você que me
elegeu: autoriza a renunciar ao mandato que você me deu para me submeter ao
Senado na busca da embaixada nos Estados Unidos?”.
Eu acho que tem que se
criar esse vínculo entre o mandante, que é o eleitor, e o mandatário. Aqui no
Brasil é costume: o sujeito é eleito para representar o seu eleitor e larga
tudo para ser ministro ou para ser secretário do governador.
Agora, para ser embaixador
tem que renunciar o mandato. Deveria ter que renunciar o mandato também para
ser ministro ou secretário. Mas tem que primeiro pedir licença para os seus
mandantes - os eleitores.
Alexandre Garcia
Gazeta do Povo
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