Substituto de Moro na Lava Jato determina
sequestro de R$ 78 milhões de Lula
O juiz federal Luiz
Antônio Bonat determinou o sequestro de R$ 77,9 milhões do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. A decisão é do dia 18 de junho e veio a público nesta
terça-feira (25)
Substituto de Sergio Moro
na condução dos processos da Lava Jato em Curitiba, Bonat acolheu pedido do
Ministério Público Federal no processo de compra de um terreno para a
construção do Instituto Lula, além de um imóvel em São Bernardo do Campo,
vizinho ao apartamento onde vivia o ex-presidente antes de ser preso em abril
do ano passado.
O montante arrestado é
justificado por uma estimativa de propina paga pela Odebrecht em oito contratos
com a Petrobras, que envolveriam o ex-presidente no esquema de corrupção.
"O MPF estima o valor
do perdimento em R$ 75.434.399,44, correspondente ao valor total da porcentagem
da propina supostamente oferecida pela Odebrecht", escreveu Bonat.
Há também a acusação do
MPF que soma R$ 12,4 milhões referentes ao valor avaliado dos imóveis que o
ex-presidente teria recebido da Odebrecht.
Na ação, o Ministério
Público Federal (MPF) aponta irregularidades na compra, pela Odebrecht, do
terreno, que serviria para a construção de uma nova sede para o Instituto Lula.
Os procuradores também sustentam que Lula é o dono do apartamento em São
Bernardo e teria feito um contrato fictício de locação com um laranja para
esconder a propriedade do imóvel. Lula nega todas as acusações.
"Em síntese daquela
imputação, Luiz Inácio Lula da Silva teria recebido dois imóveis do Grupo
Odebrecht como forma de repasse de vantagem indevida decorrente de contratos da
empreiteira com a Petrobrás", apontou o juiz federal.
O processo referente ao
terreno para o Instituto está pronto para sentença desde novembro de 2018. Lula
chegou a pedir um novo interrogatório no processo, alegando que o juiz
responsável por conduzir a ação - que, nesse caso, havia sido Moro - deve ser o
mesmo que publica a sentença. Juíza substituta dos processos até Bonat assumir
a função de juiz na Lava Jato, Gabriela Hardt negou a solicitação.
Fonte: Estadão
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