Quem é racista?
O caderno Donna, de ZH,
publicou um comentário no mínimo excêntrico da blogueira Duda Buchmann, sobre
expressões que ela considera racistas.
Acho que vocês devem fazer
como os mais de trezentos (até o meio da tarde de ontem) que leram a matéria e
postaram no Facebook, comentários ridicularizando a autora que ilustrou a matéria
com uma foto, não sei se dela, pois é uma desconhecida para mim e, pelo que li,
para a maioria dos que leram, com o cabelo coberto por dreads claros, mesmo
depois de ter declarado sua defesa ao cabelo das negras: “Cabelo
ruim/pixaim/duro/de bom bril – Não existe cabelo ruim. Existe cabelo afro,
crespo, cacheado e que muitas vezes é mais macio que qualquer outro.”
Se tudo é verdade, se um
dos orgulhos dos negros é ter um cabelo como o que afirmou a moça, para que
esconde-lo, principalmente com dreads claros? Não seria racismo? Não seria
vergonha dos cabelos naturais? Não sei!
Esqueceu a blogueira,,
quem sabe propositalmente, que existe um grupo de pagode chamado Raça Negra, que
o gaúcho fala muito em “preteou o olho da gateada”, que lista negra vem
da expressão blacklist, que João Gilberto gravou “ai essa mulata quando dança,
é luxo só”, que o maravilhoso samba Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, fala em
“mulato inzoneiro”, que o termo mulata, que ela diz que é racista, tem definido
a beleza da mulher negra, ou quase, desde muitos anos?
“O teu cabelo não nega
mulata, porque és mulata na cor...mulata eu quero o teu amor”
Quanto racismo (?) embalou
nossos carnavais e embala até hoje. Na opinião da blogueira, essa marchinha
certamente estaria proibida.
Esquece a blogueira, que
existem movimentos como Professores Negros, Mulheres Negras, que existe a
semana do negro, que existem cotas raciais usadas, na maioria das vezes, por
quem se declara negro sem ser, ou por negros que podem pagar uma faculdade
particular, mas se aproveitam da lei. E nada disso foi lembrado por ela.
Já pensaram se surgisse o
movimento dos professores brancos, das mulheres brancas, ou loiras, ou de
qualquer outra cor que não fosse a negra, se comemorássemos a semana do branco?
Seria no entender da colunista (?) o extremo racismo.
Não tenho absolutamente
nada contra os negros, tenho inúmeros amigos, colegas, parceiros de festas,
futebol, problemas, que são negros e com os quais convivo perfeitamente, sem nenhum
preconceito ou diferença. Assim como sou moreno, minha mulher e meus filhos são
brancos, eles são negros. Simples assim.
Mas o cumulo do
preconceito demonstrado claramente pela moça de dreads, está colocado na
explicação dela sobre “da cor do pecado”. Diz ela que essa expressão deve ser banida
do nosso vocabulário, pois “Normalmente usada como elogio, refere-se a uma pele
branca queimada do sol. É uma total objetificação do corpo negro. Não é um
pecado ter a pele negra. Não é um elogio.”
Acho que somente tal parte
do artigo serve para mostrar quem é verdadeiramente racista. Imaginem que ela
afirma que a expressão “refere-se a uma pele branca queimada pelo sol”. Não é
de rir?
Nos meus tempos de guri,
era chamado de baixinho e minha turma tinha o negão, o gordo, o sarrafo e todos
conviviam normalmente, sem que ninguém fosse acusado de bullying, racismo ou
coisa parecida. Hoje é moda, ou politicamente correto!
Propositalmente usei a
mesma foto, que não sei se é dela, para
ilustrar, como ela fez em sua matéria, o meu Bom Dia de hoje.
Machado Filho
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