MPF denuncia Wesley
Batista
por uso de informações privilegiadas
O Ministério Público
Federal (MPF) denunciou o empresário Wesley Batista, um dos donos do grupo
J&F, pelo crime de insider trading (uso de informações
privilegiadas para lucrar no mercado financeiro).
Segundo a denúncia, Wesley
comandou operações cambiais das companhias Seara Alimentos e Eldorado Celulose,
em maio de 2017, quando o acordo de colaboração premiada que ele e o irmão
Joesley Batista firmaram com o MPF estava sob sigilo. Após a divulgação das
delações, o dólar teve alta expressiva de 9%, a maior elevação diária em 14
anos, o que rendeu ao empresário, R$ 70 milhões em contratos negociados dias
antes.
Relatórios periciais da
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Procuradoria-Geral da República
(PGR) demonstraram a “atipicidade” das transações. A Eldorado adquiriu
contratos de dólar a termo nos dias 9 e 16 de maio no valor total de US$ 280
milhões, o triplo de todo o lucro obtido pela empresa no ano anterior.
A Seara efetuou a compra
de dólar futuro no valor de US$ 25 milhões entre os dias 10 e 16 daquele mês,
quantia 50 vezes superior à média das operações que a empresa fazia no mercado
cambial desde o segundo semestre de 2016. As datas coincidem com o acordo de
colaboração premiada, no início de maio, e a divulgação de seu teor, no dia 17.
Os promotores encontraram
mensagens de texto em celular trocadas entre Wesley e funcionários que
comprovam que o empresário era o mandante das ações. Os irmãos Batista
respondem pela prática do mesmo crime em outra ação penal, na venda e recompra
de ações da JBS e contratos de dólar.
Agência Brasil
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