Olavo é aquela gente na
grande área
cabeceando para o lado errado
cabeceando para o lado errado
O Superior Tribunal de
Justiça reduziu a pena aplicada a Lula no caso do Tríplex de Guarujá. Moro
havia aplicado uma pena de nove anos e meio. Aí foi para a 2° instância, no
Tribunal Regional Federal de Porto Alegre, e eles aumentaram a pena para 12
anos e um mês.
E agora com esse recurso
da defesa de Lula, o Superior Tribunal de Justiça diminuiu para oito anos, dez
meses e 20 dias. Uma diferença de oito meses em relação à pena originalmente
aplicada por Moro.
Caso seja considerado um
sexto desses meses em que ele ficou preso, desses oito anos e dez meses, em
outubro ele poderia sair. Só que ele já tem outra condenação, a do Sítio de
Atibaia, que é de 12 anos e 11 meses.
E tem mais um terceiro
processo que é aquele do apartamento que fica no mesmo andar do apartamento do
Lula, em São Bernardo, da Odebrecht e de outras empreiteiras metidas no caso do
Instituto Lula. Esse processo está prontinho para sair a sentença.
E ainda tem outros
processos, como o da compra dos caças suecos, e da medida provisória que teria
facilitado a vida da indústria automobilística. Muitos deles ficaram nas mãos
da substituta do Sérgio Moro, a juíza Gabriela Hardt, mas também com um juiz de
Brasília e um juiz federal do Rio de Janeiro.
Enquanto isso…
O Supremo não aceitou o
recurso do ex-deputado Nelson Meurer, do partido Progressista, do Paraná, que
está envolvido em corrupção. Na Lava Jato, já havia sido condenado à treze
anos, nove meses e dez dias.
Ainda cabe mais um recurso
antes dele ser preso. Mas esses recursos considerados protelatórios, só para
empurrar com a barriga, já não são mais considerados. Aliás, esse é um
progresso na Justiça. Criaram tantos degraus de recurso que era para deixar o
condenado fora e não deixar nunca abrir a porta da cadeia na frente deles. Mas
os legisladores previram isso.
Olavo cabeceia para fora
Saiu uma nota do Palácio
do Planalto dizendo que o senhor Olavo de Carvalho não está contribuindo para a
unicidade do governo, ou seja, está pregando uma separação. Eu digo que é gente
na grande área cabeceando para o lado errado e dando cabeçada entre si.
Parece que o Olavo acabou
sendo expulso de campo, ou foi para escanteio – e acho que o presidente faz
muito bem -, com essa condição que criaram como a de guru dele. Ficaram dizendo
“considerado o guru de Bolsonaro”, mas eu nunca ouvi falar que ele desse
conselhos para o presidente.
Outra questão é a Itaipu
Eu lembro a construção de
Itaipu. Ela foi feita para garantir eletricidade para o Brasil, e se não fosse
a Itaipu a gente já teria fechado. A Itaipu nesses últimos anos foi também um
lugar de benesses e patrocínios.
O novo diretor brasileiro
da Itaipu – porque há dois diretores, o paraguaio e o brasileiro – o general
Silva e Luna, que foi ministro da Defesa, chegou lá e se perguntou: qual é o
objetivo da Itaipu? Não é produzir eletricidade? Mas está produzindo
patrocínio.
Quarenta e dois milhões de
reais em patrocínios acabam de ser cancelados, inclusive para um Fórum de
Direito lá em Portugal cujo organizador é o ministro Gilmar Mendes.
Está escrito na
Constituição que a empresa pública de administração direta e indireta tem que
ter legalidade, transparência, impessoalidade, tem que mostrar o que está
fazendo e tem que ter eficiência também. Essas histórias de fazer favor não
ajudam.
Lei Rouanet
Por isso, inclusive, que
já pegaram a Lei Rouanet – que era para os amigos. O limite era de R$ 60
milhões. Agora o limite para grandes empresas ou organizações pró- cultura
ficou em R$ 10 milhões. Para projetos individuais é R$ 1 milhão, no máximo.
Estavam enriquecendo os
amigos e cobravam os ingressos lá em cima. Não era uma coisa para baratear o
ingresso, como está sendo agora. Agora, o ingresso vai ser barateado para
aproximar a cultura.
E não estou falando de
show, nem de show business, tem que separar um pouquinho. Tem artistas que
ganham muito e ainda recebem dinheiro do estado, ou seja, o nosso dinheiro: o
dinheiro dos nossos impostos, para ajudar a produzir grandes espetáculos e ganhar
muito dinheiro. Essa história tem que acabar.
Aí a gente lembra o caso
da Petrobras, que é muito típico: uma empresa pública que se diz empresa do
povo brasileiro, mas não era. Foi sendo explorada e quase quebrou para encher
os bolsos de políticos e os cofres de partidos.
Alexandre Garcia
Gazeta do Povo
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