Justiça de Uruguaiana
recebe inquérito
por estelionato contra Paulo Pimenta
Supremo negou recurso ao
deputado, que buscava manter o processo em Brasília. Ele é investigado por
suposto calote de R$ 12 milhões na venda de arroz em São Borja. Pimenta disse que espera que o processo seja arquivado. (Foto: Reprodução)
A Justiça Federal de
Uruguaiana recebeu o inquérito que investiga suspeitas de estelionato e lavagem
de dinheiro contra o deputado federal Paulo Pimenta (PT), líder do partido na
Câmara dos Deputados.
Procurado pelo G1, o deputado disse que espera
que o inquérito seja arquivado. Segundo ele não existem elementos que o
envolvam nos fatos investigados após quase 10 anos. Além disso, vai tomar
providências legais contra as pessoas que o envolveram nisso.
A decisão de enviar o
processo para o Rio Grande do Sul é do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal
Federal. Ele negou recurso do parlamentar que pretendia manter a investigação
na corte em Brasília.
Pimenta é suspeito de
atuar como operador de um sistema que lesou produtores rurais da cidade de São
Borja, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, em pelo menos R$ 12 milhões.
O médico
veterinário Antônio Mário Pimenta, que é primo do deputado, denunciou o suposto
esquema.
Produtores de São Borja
alegam ter sofrido o golpe após vender a produção para a arrozeira. Entregaram
os cereais, mas não receberam o pagamento.
"Sou de uma leva de
uns seis ou mais que perderam de 7 mil a 10 mil sacos. Dois ou três levaram
prejuízo de 90 mil sacos, outro de 150 mil ", diz um dos arrozeiros, que
preferiu não se identificar.
O inquérito foi enviado
para o primeiro grau devido ao entendimento do STF de que deputados não têm
foro privilegiado quando investigados por crimes cometidos fora do mandato.
O processo está no Supremo
Tribunal Federal desde 2012. No parecer, a Procuradoria Geral da República
afirma existir "indícios que apontam para o deputado federal como o
verdadeiro proprietário da arrozeira, ou, ao menos, como quem mantinha com a
citada empresa algum grau de vinculação que o faça também responsável pelas
fraudes noticiadas".
A assessoria da Justiça
Federal de Uruguaiana informou que, após digitalizado, o inquérito será
remetido ao Ministério Público Federal, que pode decidir por arquivar, oferecer
denúncia ou solicitar novas diligências.
Reportagem de Giovani
Grizotti
Portal G1
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