terça-feira, 30 de abril de 2019






A volta de Leopoldo Lopez e a 
rebeldia pacífica na Venezuela

O líder da oposição, preso há cinco anos, ressurge ao lado 
de Guaidó para tentar tomar o controle do país

O líder da oposição Leopoldo López anunciou na manhã desta terça-feira, 30, que um grupo de apoiadores militares do presidente autoproclamado da Venezuela, Juan Guaidó, o início da Operação Libertad. Lopez, que estava preso há cinco anos, só pode fazer isso porque um grupo de ao menos 50 militares deu segurança para que ele deixasse a prisão domiciliar à revelia do governo ditatorial de Nicolás Maduro.  

"Venezuela: iniciou-se a fase definitiva para o fim da usurpação, Operação Libertad. Fui liberado pelos militares à ordem da Constituição e do presidente Guaidó. Estou na Base La Carlota. Todos devem se mobilizar. É hora de conquistar a liberdade. Força e Fé", escreveu ele em sua conta no Twitter. 

O líder do  Voluntad Popular  foi visto em conjunto com o presidente Guaidó na base aérea de La Carlota, a leste de Caracas, onde ocorre uma insurreição militar que busca encerrar definitivamente a ditadura de Nicolás Maduro. 

Lopez estava sob custódia desde 18 de fevereiro de 2014, quando se entregou à Guarda Nacional, depois que um mandado foi emitido contra ele por liderar o dia do protesto antigovernamental conhecido como La Salida . 

Com uma sentença de 13 anos, 9 meses, 7 dias e 12 horas de prisão, ele foi mantido na prisão militar de Ramo Verde, em Los Teques, até 8 de julho de 2017, quando progrediu para a prisão domiciliar. Sua residência era permanentemente guardada por agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin). 

O anuncio de Guaidó 


Logo depois, o presidente da Venezuela, Juan Guaidó, também anunciou na base aérea de La Carlota a Operação Libertad. No vídeo transmitido por suas redes sociais, Guaidó está acompanhado de Leopoldo López e de oficiais da Guarda Nacional (GN) e convoca funcionários públicos para a “conquista da soberania nacional”. “Hoje, bravos soldados, corajosos patriotas, bravos homens ligados à nossa Constituição vieram ao nosso chamado”, acrescentou.

Cerca de 50 militares, a maioria deles pertencentes à Guada Nacional, acompanham Guaidó, nos arredores de La Carlota. Os soldados que estão presentes pertencem ao comando que guarda a segurança do Palácio Legislativo, sede da Assembleia Nacional, da qual Guaidó é presidente. 

A insurreição desses militares não veio sem repressão daqueles que apoiam Maduro. Por volta das 8 da manhã, no horário local, os soldados que estavam na parte de dentro da base aérea La Carlota, que deveriam ser leais a Nicolás Maduro, dispararam bombas de gás lacrimogêneo contra as outras tropas na rodovia Francisco de Miranda, que apoiavam Guaidó e que não responderam à agressão. 

"Povo da Venezuela: começou o fim da usurpação. Neste momento estou me encontrando com as principais unidades militares de nossas Forças Armadas, começando a fase final da Operação Liberdade ", escreveu Guaidó em sua conta no Twitter. 

Convocação do Grupo de Lima

O ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Carlos Holmes Trujillo, pediu aos países do Grupo de Lima que participem de uma reunião de emergência para continuar "nossa tarefa de ajudar o retorno da democracia" na Venezuela. Holmes Trujillo se pronunciou após a o grupo de soldados se insurgirem contra o governo de Nicolás Maduro, nesta manhã. 

"Convoco todos os países membros do Grupo de Lima para que hoje continuemos com nossa tarefa de apoiar o retorno da democracia e da liberdade à Venezuela e definamos, por mútuo acordo, uma reunião de emergência", escreveu ele em sua conta no Twitter. 

O Grupo de Lima é um clube de chanceleres latino-americanos que estão discutindo a situação crítica da Venezuela e que tentam encontrar uma saída pacífica para a crise política e humanitária do país. O grupo é formado por Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, e Santa Lúcia 

A resposta dos militares a favor de Maduro


O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, descreveu como "covardes" os militares que se levantaram contra Maduro. Depois de rejeitar a ação que, segundo ele, "pretende encher o país de violência", Padrino López disse que "há normalidade nos quartéis e nas bases militares". 

"Nós rejeitamos esse movimento golpista que visa encher o país de violência. Os pseudo líderes políticos que se colocaram à frente desse movimento subversivo usaram tropas e policiais com armas de guerra em uma via pública na cidade para criar ansiedade e terror ", escreveu ele em sua conta no Twitter. “São uns covardes!”, acrescentou. 

Padrino López afirmou que os militares permanecem "firmes em defesa da ordem constitucional e da paz da República, assistidos pela lei, razão e história. Sempre leais, traidores nunca”.

Com Revista Época

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