O ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Edson Fachin autorizou a abertura de investigação de suposto
pagamento de caixa 2 para o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e mais nove
parlamentares, incluindo Renan Calheiros (MDB-AL). O financiamento ilegal de
campanha teria sido pago pela J&F Investimentos, dos irmãos Joesley e
Wesley Batista. Onyx é o atual ministro extraordinário da transição e futuro
chefe da Casa Civil no governo de Jair Bolsonaro (PSL). Renan é ex-presidente
do Senado, cargo que deve voltar a disputar em fevereiro de 2019.
A decisão de Fachin
atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). O pedido da PGR
foi feito com base em delações de executivos do grupo J&F que apontam que
os dez parlamentares receberam dinheiro via caixa 2, o que é ilegal. A decisão
ainda não significa a abertura de um inquérito, mas de uma fase anterior do
processo.
Os dez citados
Cada um deles teria
recebido, segundo os delatores, propina para financiar campanhas eleitorais. Pesam
sobre Lorenzoni o relato e planilhas dando conta de pagamentos de R$ 100 mil em
2012 e R$ 200 mil em 2014. O deputado federal admitiu em uma entrevista ter
recebido R$ 100 mil e pediu desculpas.
“Verificou-se situações em
que o recebimento de dinheiro de forma dissimulada ocorreu no curso do mandato
parlamentar por agentes políticos que ainda são detentores de foro no STF,
fazendo-se necessária a autuação de petições autônomas para adoção de
providências em relação a cada autoridade envolvida. Os distintos relatos de
repasse de verbas envolvendo diversas autoridades públicas, em contextos que
não guardam relação entre si, demandam o desmembramento dos presentes autos, de
modo que cada procedimento siga o curso próprio”, escreveu Raquel Dodge citando
a situação geral, sem particularizar o caso de cada um.
Gazeta do Povo
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