O juiz Sergio Moro chegou às 9h desta
quinta-feira (1) à casa de Jair Bolsonaro, na Barra da Tijuca. Os dois vão
conversar sobre o desejo do presidente eleito de ver o magistrado como ministro
da Justiça ou do Supremo Tribunal Federal, quando houver vaga.
Moro desembarcou no Aeroporto Santos
Dumont por volta das 7h30. Ele veio de Curitiba em voo de carreira e sem
seguranças.
Questionado sobre o que o motiva para
o encontro com Bolsonaro, o juiz afirmou que o país precisa de uma agenda
anticorrupção e anticrime organizado. "Se houver a possibilidade de uma
implementação dessa agenda, convergência de ideias, como isso ser feito, então
há uma possibilidade. Mas como disse, é tudo muito prematuro", destacou
Moro.
Durante o voo, ele chegou a dizer que
ainda não há nada definido.
"Tô
indo lá para conversar, não tem nada decidido. Ainda vai haver a
conversa", afirmou o magistrado.
Durante a viagem, Moro também falou
que considera prematuro temerem impacto negativo na Lava Jato caso aceite o
cargo. "Acho surpreendente falar que não se deve nem conversar com um
presidente que acabou de ser eleito por mais de 50 milhões de brasileiros",
afirmou.
Perguntado sobre o fato de a defesa
do ex-presidente Lula ter questionado o fato, ele apenas respondeu que "se
houver alguma alegação, será decidido nos autos".
Na terça, Moro afirmou que, caso o nome dele seja
indicado para o STF ou para o Ministério da Justiça, vai
refletir sobre o convite.
"Sobre a menção pública
pelo Sr. Presidente eleito ao meu nome para compor o Supremo Tribunal Federal
quando houver vaga ou para ser indicado para ministro da Justiça em sua gestão,
apenas tenho a dizer publicamente que fico honrado com a lembrança. Caso
efetivado oportunamente o convite, será objeto de ponderada discussão e
reflexão", diz a nota divulgada pela Justiça Federal do Paraná.
A possibilidade foi levantada
por Jair Bolsonaro na noite desta segunda-feira (29), em entrevista ao vivo ao
"Jornal Nacional". O avião que está trazendo Sérgio Moro decolou do
aeroporto Afonso Pena, na região metropolitana de Curitiba, pouco antes das
6h30 desta quinta.
Moro é o juiz responsável pela
Operação Lava Jato na primeira instância e, com o avançar da operação, ganhou
notoriedade nacional. Na avaliação do presidente eleito, Moro é um símbolo no
Brasil.
"Eu costumo dizer que é um
homem que perdeu sua liberdade no combate à corrupção. Ele não pode mais ir à
padaria sozinho ou ir passear com a família no shopping sem ter aparato de
segurança ao lado. É um homem que tem que ter o trabalho reconhecido",
disse durante a entrevista.
O presidente disse ainda que a
corrupção tem que ser banida no país e que "ninguém suporta mais conviver
com essa prática tão nefasta".
Portal G1
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