Lamentavelmente, diariamente
ficamos sabendo que dois ou três motoqueiros morrem em acidente de trânsito.
Todos os dias, também,
encontramos carros com adesivos que dizem: “Eu respeito motoqueiro”. Um
respeito necessário, justo, mas que não tem reciprocidade da maioria dos que
andam de moto pela cidade. Os que usam suas motos para trabalhar em serviço de
entrega, principalmente, desrespeitam
toda e qualquer regra mínima de trânsito.
Vivem ziguezagueando entre
os veículos, usam suas buzinas como se todos tivessem obrigação de parar e dar
passagem aos apressados motoqueiros. Param sobre as faixas de segurança,
quebram os retrovisores dos carros e seguem sem se preocupar com o prejuízo dos
terceiros.
Antes de prosseguir, quero
deixar claro que não sou contra os motoqueiros, muito pelo contrário. Sou
contra, é verdade, os maus motoqueiros, aqueles que exigem respeito, mas jamais
respeitam quem quer que seja.
Na noite de ontem (8) fui
buscar minha filha que estava jantando na casa de uma amiga na Lima e Silva.
Eram mais ou menos 10 e meia. Parei em frente ao edifício, quase na esquina da
Venâncio Aires, liguei o pisca alerta e, assim que sai, liguei a seta para a
esquerda, pois pretendia entrar na Venâncio. Na esquina, ao lado do cartório,
existe um ponto de taxis, o que torna a via ainda mais estreita.
Saí e quando manobrei,
senti uma batida forte do lado direito do carro. Adivinhem! Era um motoqueiro
passando pela minha direita, num espaço mínimo entre o meu carro e o taxi que
estava estacionado. Resultado: um amassado no carro, um risco enorme na lataria
e uma bronca sem tamanho do motoqueiro, furioso pois “eu” tinha batido nele.
Faz mais de cinquenta anos
que dirijo em Porto Alegre. Sou um cara cuidadoso e, como disse no começo,
respeito motoqueiro, talvez muito mais por medo do perigo que eles representam.
Ontem acabei sentindo
ainda mais temor de ser obrigado a dividir as ruas em que passo com irresponsáveis que fazem
de seus veículos (motos) uma verdadeira arma e se julgam donos de todo e
qualquer espaço público.
Está mais do que na hora
de tornar o exame de habilitação muito mais difícil. Motoqueiros devem passar
por um rigoroso teste psicológico, devem obedecer aos limites e regras impostas
pelas leis de trânsito e só receber a habilitação depois de comprovada sua
capacidade de conviver com os que sofrem com suas estripulias.
Para não parecer
intransigente com alguns, acho que certos motoristas também devem sofrer os
mesmos limites.
Depois do que aconteceu
ontem, juro que vou respeitar ainda mais os motoqueiros, mas sei que jamais
serei respeitado por eles. Lamentavelmente.
Machado Filho
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