Encerrado o primeiro
turno, hora de ir atrás de apoios. O petista Fernando Haddad, que disputará o
segundo turno contra Jair Bolsonaro (PSL) em 28 de outubro, começou os contatos
ainda na noite deste domingo (7). Ele anunciou que já fez contatos com Ciro
Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Guilherme Boulos (PSOL), derrotados no
pleito, em busca de suas adesões. O PT busca também aproximação com
outras forças políticas como setores do PSDB e do MDB.
Ciro disse, após a
divulgação do resultado, que “Ele não!”, numa alusão a Bolsonaro. É certo
que o pedetista estará ao lado do petista, mas a dimensão dessa adesão ainda
não se sabe. O PT quer Ciro na linha de frente deste segundo turno. Marina
Silva anunciou que seu grupo irá avaliar que decisão tomar. Boulos deve seguir
sem problemas com Haddad – sua ligação com o ex-presidente Lula é muito
forte. Geraldo Alckmin (PSDB) já marcou reunião da executiva de seu partido,
que ocorre na próxima terça-feira (9), em Brasília. A neutralidade e a
liberação dos tucanos para apoiar quem desejarem tende a ser a posição da legenda.
Os últimos dias dessa campanha
eleitoral foram marcados também por deslocamentos de apoios, com vários
candidatos anunciando, antes da hora, quem iriam apoiar Bolsonaro. O candidato
do PSL recebeu apoios de bancadas importantes no Congresso, como a ruralista e
a evangélica, de candidatos a governador de outros partidos, como Paulo Skaf
(MDB), em São Paulo, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, que “traiu” João
Amoêdo antes da hora. Setores como o financeiro, que apoiavam outros
candidatos, em especial Geraldo Alckmin (PSDB), que não se mostrou em momento
algum um candidato competitivo, também demonstraram apoio a Bolsonaro.
Saiba quem está com quem
Ciro Gomes – Deve anunciar apoio
a Fernando Haddad, mesmo tendo sido alvo de uma artimanha do PT de lhe tirar o
apoio do PSB. Ciro tem feitos críticas duras ao PT, mas diminuiu nos últimos
dias, centrando fogo contra Bolsonaro. Se apresentou durante o primeiro turno como
o único a derrotar Bolsonaro no segundo turno.
Geraldo Alckmin – Com o maior
“condomínio” de apoio partidário no primeiro turno, a candidatura do tucano
naufragou. Em nenhum momento deu sinais de competitividade. Não chegou aos dois
dígitos. No início, era a aposta a ser feita, mas não deslanchou. Nas últimas
semanas viu aliados, como a bancada ruralista e muitos outros aliados, o
abandonarem. Alckmin deve ficar neutro, como seu partido.
Marina Silva – Como Ciro,
ela tem suas mágoas com o PT, mas, com certeza, não apoia Bolsonaro, Sua
militância, muitos também ex-petistas, vão de Haddad. A candidata pode anunciar
voto no ex-ministro da Educação de Lula, mas é uma incógnita se aparecerá a seu
lado.
João Amoêdo – O candidato
do Novo anunciou que seu partido tomará uma decisão coletiva do que fazer num
segundo turno. Ele tem feito críticas a Bolsonaro, mas jamais apoiaria Haddad.
O maior triunfo de seu partido foi ter chegado ao segundo turno em Minas
Gerais, com o candidato Romeu Zema, que, por seu lado, anunciou apoio a
Bolsonaro ainda no primeiro turno.
Alvaro Dias – Entrou nessa
campanha tão somente para evitar a vitória do PT. Dedicou sua participação nos
debates e no programa eleitoral quase que exclusivamente para ataques a Lula e
a corrupção no partido. Deve anunciar apoio a Bolsonaro. Assim como seu
partido, o Podemos.
Outros apoios
Bancada ruralista.
Representativa no Congresso Nacional, abandonou Geraldo Alckmin (PSDB) e
anunciou apoio a Jair Bolsonaro. O candidato do PSL tem apoio forte desse
setor. Uma de suas principais promessas de campanha é unificar o Ministério da
Agricultura com o do Meio Ambiente, visto como um “entrave” para o agronegócio
no país.
Bancada evangélica e Edir
Macedo. Outro segmento com certa influência no Congresso e deve eleger sua bancada.
E foi reforçada pelo anúncio de Edir Macêdo, dono da TV Record, a Bolsonaro.
Macêdo abriu a emissora para uma entrevista do candidato no mesmo horário do
concorrido debate da TV Globo, na última quinta-feira.
Outros nomes. Alguns
candidatos a governos estaduais se manifestaram a favor de Bolsonaro. Caso de
Paulo Skaf que ficou perto do segundo turno contra Doria (PSDB), em São Paulo.
Doria, que passou longe de ser um aliado fiel de Alckmin no primeiro turno,
deve ir de Bolsonaro. Em Minas, o candidato Romeu Zuma, do Novo, já pediu votos
para o capitão do PSL.
Evandro Éboli/Gazeta do
Povo
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