No dia seguinte ao
primeiro turno das eleições, os candidatos que seguem na disputa pela
Presidência da República privilegiaram seus principais aliados na manhã desta
segunda-feira, 8. Em entrevista ao Jornal da Manhã,
da Rádio Jovem Pan, o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, criticou a política
econômica adotada pelos governos petistas para ressaltar as ideias de seu
economista Paulo Guedes. Já o petista Fernando Haddad cumpre o
ritual de todas as segundas-feiras: visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na
prisão. É a quinta vez que Haddad pede conselhos a Lula,
condenado e preso pela Lava Jato, desde que o ex-prefeito da capital tornou-se
o candidato do PT ao Planalto.
Indagado sobre o mercado
financeiro estar animado com o resultado que ele teve nas urnas e se Paulo Guedes terá espaço pra falar de
suas propostas neste segundo turno, Bolsonaro disse que a ideia é estar ao lado
de Guedes. "Quando ele falou de CPMF foi um ato falho dele, ninguém quer,
não volta porque é um imposto injusto. Vi Alckmin dar pancada em mim. Pedi pro Mourão ter cuidado
com as palavras", emendou o candidato, que se reuniu neste domingo, 7, com
o economista e o encontrará novamente na terça, 9.
"Tenho conversado com
a equipe econômica: eu dou os ingredientes, quem faz o bolo são eles. Entender
de economia no Brasil não é
fácil", reconheceu o candidato. "Fui criticado quando disse que não
entendia. Pensei que fosse um ato de humildade. Assim como não entendo de
saúde, de medicina, e vamos trabalhar nessas áreas", prosseguiu.
Sobre a rotina que
vai cumprir no segundo turno,
Bolsonaro disse que vai ser reavaliado por uma equipe médica do Hospital Albert
Einstein e que pretende voltar a viajar pelo Brasil em seguida. A intenção é
fazer carreatas e discursar em carros de sons, mas sem ter contato físico com
os eleitores. Já em relação aos debates, o
presidenciável não foi claro, apesar de afirmar que “dá para participar”. Em
seguida disse: “Debater com o PT não tem dificuldade. O que o PT fez ao longo
de 13 anos está fresco na memória de todos.”
Haddad deve fazer o
primeiro pronunciamento deste segundo turno em coletiva de imprensa ainda nesta segunda.
Na sede da PF, Haddad entrou sozinho para falar Lula. Saiu cerca de uma hora
depois. No primeiro ato da campanha de segundo turno, Haddad comemorou
com o líder petista o resultado e discutiu os rumos da disputa contra
Bolsonaro.
Neste domingo, após o
resultado das urnas ser divulgado, o petista fez um discurso de união nacional
e disse que pretende ampliar a aliança em
torno de seu nome para “além dos partidos”. Ele fará mudanças em seu programa
de governo para atrair apoios e também em sua equipe. A nova linha da campanha
traz o slogan “Juntos pelo Brasil do diálogo e do respeito” e diz que a
esperança vencerá o ódio.
“Queremos unir os
democratas do Brasil, os que têm atenção aos mais pobres. Queremos um projeto
amplo para o Brasil, mas que busque justiça social”, declarou. Em seu discurso,
Haddad ainda agradeceu a família, o PT
e o ex-presidente Lula.
Agência Estado
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