segunda-feira, 29 de outubro de 2018

➤É COMO EU PENSO!

Entre o ódio e a arrogância!


Foram muitos dias ouvindo e lendo comentários sobre o ódio. Alguns definiram que a eleição no Brasil estava pautada pelo ódio ao PT e o fascismo de Bolsonaro. Criou-se a ideia de que desejar mudar, tirando do poder uma forma populista de governar sob o domínio da corrupção e da mentira, da roubalheira, do uso da máquina e do dinheiro público, era demonstração de fascismo e nazismo.

Durante toda a campanha do segundo turno, o que se viu, leu e ouviu, foi um discurso de guerra, de intolerância, de ameaças. Não votar em Haddad era ódio ao seu partido. Votar em Bolsonaro era apoiar a truculência, o racismo, a homofobia, a tortura e o fim da democracia.

Instalou-se um quadro de guerra entre amigos, familiares, pessoas inteligentes, algumas, outras nem tanto, que resultaram em conflitos, discussões ferrenhas, cada um tentando impor sua maneira de pensar e acreditando em suas próprias palavras e maneira de ser.

Por mais de uma vez escrevi que jamais tive ódio de alguém ou de alguma coisa. Que ódio é uma palavra muito forte e que não cabe no coração da maioria das pessoas, a não ser daquelas que tentam transferir seus problemas, suas decepções, para terceiros, seja lá quem for.  É bem mais fácil jogar a culpa nos outros quando, na verdade, somos os verdadeiros culpados. Repito que nunca tive ódio de ninguém, mesmo daqueles que, de alguma forma, me prejudicaram, me trouxeram problemas. Como diria Mário Quintana, “eles passarão, eu passarinho”.

O que se estabeleceu no segundo turno da eleição, foi o desejo da maioria de mudar o que está ocorrendo no Brasil. Depois de quase 15 anos de um único partido no poder, o brasileiro cansou de tanta corrupção, de tanta promessa não cumprida, de tanta mentira, de tanto apoio a regimes ditatoriais, inclusive com o dinheiro suado da gente, tudo pela ânsia de manter nas mãos o governo, a qualquer custo.

A arrogância de quem se considerava dono do Brasil, acabou criando a figura de Bolsonaro que, de uma hora para outra, passou a ser a bandeira da esperança para alguns. Desde que se lançou candidato, Bolsonaro foi se transformando no calcanhar de Aquiles dos que, sem outros argumentos, desesperados com a intransigência de um condenado que se julga todo poderoso, criaram a cultura do ódio. Não fosse a insistência de Lula em se manter ‘candidato’ até a última hora, mesmo sabendo que jamais passaria pelo TSE, quem sabe o resultado fosse diferente. Demorou para lançar Haddad e acabou derrotando seu próprio projeto.

Ontem, depois da eleição de Bolsonaro, assisti ao discurso do candidato derrotado. Ao lado dos mesmos de sempre, Haddad foi o próprio representante da arrogância, da intransigência que caracteriza seu partido. Falou em ser oposição, criticou o que pensa que vai acontecer e, para culminar, não teve a educação, o bom senso de fazer o que todo o derrotado faz, ou seja, cumprimentar o vencedor. Haddad, naquele momento, representou o que fez com que o brasileiro decidisse tomar outro rumo. O ódio pregado por quem defendeu a candidatura petista foi destilado com toda a força por Fernando Haddad. Ali ele mostrou quem é. Um político rancoroso,  triste e magoado enquanto o Brasil comemorava a vitória de Bolsonaro.

É como eu penso!

Machado Filho

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