quinta-feira, 6 de setembro de 2018

➤Diclofenaco

Estudo relaciona uso  a problemas no coração


Um estudo conduzido por pesquisadores da Dinamarca mostrou forte associação entre problemas cardiovasculares e o uso do diclofenaco, uma das drogas com ação anti-inflamatórias mais consumidas em todo o mundo.

A chance de um consumidor de diclofenaco ter um problema grave, como fibrilação atrial, insuficiência cardíaca e infarto, chega a ser 50% maior do que aqueles que não usaram nenhum tipo de anti-inflamatório não esteroidal (ou Aine, classe à qual pertence o diclofenaco).

Em comparação ao uso de paracetamol (um analgésico) e ibuprofeno e naproxeno (outros Aines), o risco de quem usa diclofenaco ter alguma complicação cardiovascular grave é aumentado em 20%, 20% e 30%, respectivamente. A droga também aumenta o risco de haver sangramento intestinal.

“Na verdade, já tinha uma série de dados de estudos prévios, randomizados, que mostravam o efeito deletério dos anti-inflamatórios não hormonais, como o diclofenaco, para o coração. O que é realmente novo nesse estudo é o tamanho da análise e a metodologia, que é diferente. O resultado está alinhado com o que se imaginava, do aumento no risco”, explica Rodrigo Cerci, médico cardiologista e diretor científico da Sociedade Paranaense de Cardiologia.

O novo estudo, publicado na noite da última terça-feira (4) pela revista médica British Medical Journal (BMJ), investigou dados de mais de 6 milhões de pessoas, coletados entre 1995 e 2016. A Dinamarca, onde o estudo foi conduzido, mantém um registro das compras de medicamentos advindas de prescrições médicas e também dos eventos de relevantes de cada paciente, no sistema público de saúde.

Aqueles que tinham tido doenças como trombose, angina problemas de coagulação e outras condições cardiovasculares foram excluídos da pesquisa — e isso permitiu um cenário mais amplo do impacto do diclofenaco na saúde cardíaca em geral.

Gazeta do Povo

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