segunda-feira, 13 de agosto de 2018

➤Ricardo Noblat

Ceará, um caso exemplar do poder das oligarquias

A proximidade de eleições escancara por toda parte o domínio da política por grupos familiares, mas o caso do Ceará, pelo menos no momento, é o que mais chama a atenção.

Ali, um Ferreira Gomes (Ciro) é candidato a presidente. Outro (Cid), a senador. O terceiro (Ivan) é prefeito de Sobral. O quarto (Lúcio), secretário de Estado. O quinto (Lia), candidata a deputada estadual.

Ciro é irmão de Cid, que é irmão de Ivan, que é irmão de Lúcio, que é irmão de Lia, a caçula. Ciro e Cid já governaram o Ceará. Antes foram deputados, assim como Ivan.

Os cinco são netos de José Euclides Ferreira Gomes que dá nome ao anexo da Assembleia Legislativa do Ceará, onde foi deputado no início do século passado. A cidade de Sobral é o berço político deles.

Um Ferreira Gomes (Vicente) foi o primeiro prefeito de Sobral em 1890. Outro (José) foi o segundo. Mais um governou a cidade em 1935. Que voltou a ser governada pela família em 1977.

Pergunte a Ciro, Cid, Ivan, Lúcio ou à estreante Lia se eles se consideram uma oligarquia. Ou melhor: não pergunte. Isso costuma irritá-los. Eles alegam ter vocação para a política, e pronto. Não são os únicos.

O presidente da Assembleia Legislativa lançou o filho candidato a deputado federal. O prefeito de Fortaleza indicou o irmão para suplente de Cid Gomes, candidato a senador.

A mulher do prefeito de Caucaia é candidata à deputada estadual. O filho do prefeito de Juazeiro do Norte, a deputado federal. O vice-prefeito de Maracanaú é candidato a deputado federal e o filho a estadual.

Para não parecer birra com o Ceará, registre-se que no Piauí também tem disso. A mulher do governador é candidata à deputada federal. Assim como o filho do presidente da Assembleia Legislativa, no cargo há 14 anos.

O senador Ciro Nogueira, presidente do Partido Popular (PP), quer se reeleger e eleger a mulher deputada federal. E como teme perder o mandato para a Lava Jato, indicou a própria mãe para suplente dele.

Portal VEJA

Nenhum comentário:

Postar um comentário