O deputado Jair
Bolsonaro (PSL) fez barba, cabelo e bigode. Um pedido de vista do ministro
Alexandre de Moraes adiou a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a
abertura de mais um processo contra ele, dessa vez por crime de racismo.
No Jornal Nacional,
que entrevista os principais candidatos a presidente da República, Bolsonaro
venceu o confronto com os apresentadores William Bonner e Renata
Vasconcelos. Foi o maior comício eletrônico de sua vida. Saiu maior do que
entrou.
Mais tarde, no Jornal
das 10 da Globo News, comportou-se como quem não tinha mais o que perder.
Os jornalistas à sua frente pareciam jogar para cumprir tabela. Um caiu na
pegadinha de Bolsonaro de querer saber o que estava escrito em
sua mão.
No bunker da Globo,
Bolsonaro bateu na Globo, para delírio dos seus seguidores e de uma parte
grande do PT. Bateu também no PT, o que Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (REDE)
não fazem por tributários do PT, e Geraldo Alckmin (PSDB) por que… Sei lá!
Até aqui, Bolsonaro é o
candidato que melhor sabe falar o que deseja ouvir expressiva fatia do
eleitorado. E o faz com a profundidade de um pires. Vila Madalena e Leblon
podem não admirá-lo (duvido!), mas o Jardim Ângela e a Baixada o escutam.
Em 1989, depois de 21 anos
de ditadura e do governo desastroso de Sarney, os eleitores buscavam um
salvador que fosse contra tudo aquilo que ali estava. O segundo turno foi
disputado pelos candidatos que melhor encarnaram esse papel — Collor e Lula.
O triunfo da corrupção
sobre a esperança, a herança maldita deixada por Dilma e a ponte para o futuro
que virou uma pinguela recriaram as condições para uma nova procura do
salvador. Sob o codinome de Mito, Bolsonaro se oferece em sacrifício.
Esse filme já passou. No
fim, o bandido morre. Mas a que custo!
Portal VEJA
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