Foto: VEJA/Reprodução |
Consumou-se, ontem, o último
significativo ato da farsa “Lula presidente”, em cartaz desde a queda da
ex-presidente Dilma Rousseff há quase dois anos. Na conta inflada do PT, entre
30 mil e 50 mil pessoas de todos os cantos do país marcharam sobre Brasília
para exigir da Justiça que aceite o pedido de registro da candidatura de Lula.
Desinflado, o número dos que marcharam não passaria de 20 mil, e a origem deles
seria o Centro-Oeste.
Bons tempos àqueles onde o
PT pôde anunciar sem contestação que reunira 100 mil pessoas em Brasília para
pedir o impeachment do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Na época, o
impeachment não era golpe, era um simples artigo da Constituição. Continua
sendo, mas mudou de nome na boca dos petistas para ser usado como munição
pesada contra seus adversários de ocasião. Os inimigos de ontem poderão ser os
amigos de amanhã.
Quando quer ser rápida, a
Justiça consegue. Na maioria das vezes é lenta porque simplesmente prefere ser,
não por excesso de trabalho. Em momento algum de sua história, salvo os períodos
ditatoriais de triste memória vividos pelo país, a Justiça foi tão desafiada,
tão agredida, tão confrontada por um partido e o seu líder como tem sido desde
que Lula se viu a um passo da prisão, e o PT na iminência de perder seu guia
imortal.
Se coubesse à Justiça
alimentar em certas horas o sentimento de vingança, esta seria a melhor para
dar o troco em Lula e no PT. E sem que se pudesse culpá-la por coisa alguma.
Bastaria que demorasse em negar o pedido de registro da candidatura de Lula. E
que deixasse preguiçosamente para fazê-lo em data próxima a 17 de setembro, de
modo a evitar que a foto dele Lula fosse como se diz “inseminada” na urna
eletrônica.
Até lá, de vice Haddad não
passaria e como vice obrigatoriamente seria tratado por seus devotos. Um vice à
falta de uma cabeça – mas fazer o quê? Somente nessa condição ele poderia
protagonizar a propaganda eleitoral do PT no rádio e na televisão. E o partido,
ainda sem um candidato a presidente registrado, correria o risco de perder
parte do seu tempo de propaganda. Seria o pior dos mundos para o partido,
convenhamos, mas para o país não seria bom.
O melhor é que a Justiça
cumpra com o seu dever sem demora, e que impeça prejuízos maiores à realização
da eleição marcada para 7 de outubro próximo. Chega de a eleição continuar
sequestrada por um condenado e preso há mais de 120 dias em Curitiba, acusado
de corrupção e lavagem de dinheiro. Basta de trapaças jurídicas que só servem
paras pôr em dúvida o que está escrito na lei. Fora com o que possa tumultuar
ainda mais o futuro do país.
Portal VEJA
Nenhum comentário:
Postar um comentário