Um fato que não
corresponde aos fatos
Marcelo de Moraes
Já se passaram mais de
quatro meses da prisão de Lula, mas o comando do PT,
teleguiado pelo ex-presidente, tenta criar uma realidade paralela, onde Lula
pode ser candidato ao Planalto, apesar de seu caso claramente se
enquadrar na Lei da Ficha Limpa. Ou seja, está inelegível. Mais grave
ainda é omitir no registro da candidatura aquilo que todo o mundo já sabe: Lula
foi condenado e está preso.
Não é preciso ser gênio
para ver que o PT segue roteiro elaborado para tentar estabelecer, até quando
der, a dúvida na cabeça dos eleitores e levar adiante a tese da perseguição
política. Querem transformar em fato algo que não corresponde aos fatos. O fato
que existe é que Lula está preso, depois de ser condenado em 2.ª instância.
O ato
político desta quarta-feira, 15, em Brasília, foi apenas mais um lance no
oba-oba que o PT vem mantendo para preservar a força política de
Lula. Como estratégia tem servido para mobilizar o partido. O problema é que
poderá custar o preço de inviabilizar a candidatura de um substituto. Afinal,
haverá tempo suficiente para tornar Fernando
Haddad conhecido dos eleitores e captar a transferência de quem
votaria em Lula?
Dirigentes petistas
transformaram uma formalidade eleitoral – o registro de uma candidatura que
deverá ser barrada – numa cortina de fumaça política. É o mesmo script que vêm
cumprindo desde que perceberam que Lula não conseguiria escapar da condenação na Lava Jato.
Portal Estadão, em
16/08/2018
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