Antonio Lucena/VEJA/Reprodução |
Há 48 horas, quando do
encontro mais recente entre os dois na carceragem da Polícia Federal em
Curitiba, Lula disse a Gleisi Hoffmann, presidente do PT, que o partido deveria
usar “todos os instrumentos possíveis” ao seu alcance para que Fernando Haddad o
substitua em debates e sabatinas promovidas por emissoras de rádio e de
televisão.
O que isso significa?
Nada. Por ora, debates e sabatinas acontecem com candidatos a presidente da
República e Haddad não é um deles. É um vice em transição para a cabeça da chapa.
O que a parte mais experiente, pragmática e sensata do PT deseja é que Lula
caia na real e indique de fato Haddad para candidato a presidente no lugar
dele.
Haddad está perdendo tempo
para se tornar conhecido no país e expor país as ideias que tem para governar.
Cresce dentro do PT a certeza de que está fadada ao insucesso a estratégia
seguida até aqui de que a transferência de votos de Lula para Haddad será tanto
maior quanto mais próximo esteja o dia da eleição. Nesta quarta-feira, o PT
pedirá o registro de Lula como candidato.
Até quando o partido
insistirá em enganar o distinto público? Porque é disso que se trata. Lula fez
de Dilma sua sucessora sem que ela tivesse um único voto para chamar de seu.
Imagina fazer o mesmo com Haddad. Se não fizer, dirá que a culpa não foi sua,
impedido que está de sair em campanha pedindo votos. Sob esse aspecto, a
situação de Lula é cômoda.
Portal Estadão, em
13/08/2018
Nenhum comentário:
Postar um comentário