A Procuradoria-Geral
da República (PGR) denunciou nesta segunda-feira 27, a cúpula do PTB no
âmbito da Operação Registro Espúrio, que investiga um esquema de corrupção
na concessão de registros de sindicatos no Ministério do Trabalho. Foram
denunciados, entre outros, o presidente nacional do partido, o
ex-deputado Roberto Jefferson, o ex-ministro Helton Yomura e os deputados
federais Cristiane Brasil (PTB-RJ), Jovair Arantes (PTB-GO), Nelson Marquezelli
(PTB-SP), Paulinho da Força (SD-SP) e Wilson Filho (PTB-PB), o ex-deputado
Ademir Camilo (MDB-MG) e os assessores Norberto Paulo de Oliveira Martins,
Marcelo de Lima Cavalcanti e Paulo Roberto Ferrari.
Parlamentares e assessores
formavam, segundo a PGR, o “núcleo político e sindical” do esquema. Além deles,
a procuradora-geral também denunciou treze servidores do Ministério do Trabalho
e mais dois lobistas, Verusca Peixoto e Silvio Assis. As acusações foram
baseadas em organização criminosa, mas Raquel Dodge pediu novos inquéritos para
que também sejam investigados por corrupção, tráfico de influência e lavagem de
dinheiro.
As investigações começaram
após VEJA revelar, em março deste ano, um esquema de arrecadação de propinas
montado dentro do ministério. Utilizando como base a engrenagem de concessão de
registros sindicais, a Secretaria de Relações do Trabalho, servidores indicados
pelo PTB e pelo Solidariedade cobravam para acelerar e favorecer a tramitação
de determinados pedidos em detrimento de outros.
“Os elementos probatórios
reunidos no inquérito indicaram que representantes das entidades sindicais
ingressam no esquema criminoso em razão da burocracia existente na Secretaria
de Relações do Trabalho, que dificulta – e muitas vezes impede – a obtenção de
registro àqueles que se recusam a ofertar a contrapartida ilícita que lhes era
exigida”, destaca, em nota, a PGR.
O papel de cada político,
segundo a PGR
Roberto Jefferson,
ex-deputado (RJ) e presidente do PTB: “Atua no apadrinhamento, indicação e
manutenção de pessoas em postos chaves na estrutura do órgão [Ministério do
Trabalho]”
Cristiane Brasil, deputada
federal (PTB-RJ): “Trabalhava para reforçar o núcleo administrativo, conduzindo
processos fora da ordem cronológica e manipulando registros”
Wilson Filho e Jovair
Arantes, deputados federais (PTB-PI e PTB-GO): “São acusados de indicar
apadrinhados para cargos estratégicos, para que atuassem na defesa de seus
interesses”
Nelson Marquezelli,
deputado federal (PTB-SP): “Atuava por meio do seu assessor, Jonas Antunes
Lima, que intercedia na concessão dos registros de entidades sindicais
indicadas pelo parlamentar”
Ademir Camilo, ex-deputado
federal (MDB-MG): “a acusação é de que ele agiu em defesa da União Geral dos
Trabalhadores (UGT), utilizando o cargo de parlamentar e de liderança sindical
para influenciar indevidamente a tramitação de processos de registro sindical
de quase 20 entidades”.
Paulinho da Força,
deputado federal (SP), presidente do Solidariedade: “O partido Solidariedade
atuava no esquema também para beneficiar as entidades ligadas ao partido e à
Força Sindical, central ligada ao deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho
da Força. A contrapartida também era a oferta de capital político ou filiação à
Central Sindical presidida por Paulinho.”
Portal VEJA
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