Foi por 450 mil votos que Luiz Inácio Lula da
Silva tirou Leonel Brizola do segundo turno da eleição
presidencial de 1989 e deu início à hegemonia do PT no comando
da esquerda brasileira. Desde então, o partido não hesitou em atropelar
qualquer nome que tentasse ameaçar seu poder.
A dinâmica externa replica a atuação interna de
Lula. Foi para não permitir que alguém lhe fizesse sombra que o ex-presidente
optou por lançar Dilma Rousseff — recém-chegada ao PT e sem qualquer expressão
eleitoral — para sucedê-lo em 2010.
Um dos maiores símbolos do partido, Marina Silva
decidiu abandonar a legenda que ajudou a organizar para disputar seus
eleitores. Quando tornou-se competitiva, ao se aliar com o PSB em 2014, acabou
trucidada pela campanha de Dilma.
Hoje, com Lula preso e a rejeição nas alturas, o
desafio do PT é ainda maior. Sem ter como garantir a unidade da esquerda em
torno de um candidato indefinido, restou fazer o necessário para impedir que
Ciro Gomes — ironicamente um dos mais fieis escudeiros de Lula na crise do
mensalão — possa se apresentar na TV como alternativa.
Portal O Globo
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