Três vezes ministro dos
governos Lula (Educação, Relações Institucionais e Justiça), nome de maior peso
no PT do Rio Grande do Sul, Tarso Genro não poderia ter sido mais claro do que
foi ontem à noite em um debate em Porto Alegre.
Se antes havia apenas
acenado com um possível apoio à candidatura presidencial de Gulherme Boulos
(PSOL) nas eleições de outubro próximo caso Lula não possa disputá-las, desta
vez foi claro e definitivo ao dizer:
– Nós vamos defender que o
PT lidere uma nova frente política e convide o companheiro Boulos para ser
nosso candidato à Presidência da República.
É fratura exposta no PT.
Lula sabe que não será
candidato. Tem esperança de ser mandado preso para casa antes das eleições. Mas
não pretende abrir mão de indicar outro nome do PT para substitui-lo nas urnas.
O nome mais cotado é o de Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo.
Genro não está sozinho ao
defender o apoio do PT a um candidato de outro partido de esquerda. Seu
ex-colega de governo Jaques Wagner também defende. Assim como o governador da
Bahia, Rui Costa. Lula já repreendeu Wagner e Costa por isso.
Quando o escândalo do
mensalão do PT quase pôs a baixo o governo Lula em 2005, Genro assumiu
interinamente a presidência do partido e propôs sua refundação. Queria purgar o
PT dos seus pecados. Acabou purgado do seu comando.
Portal Revista VEJA
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