Michel Temer e Luiz Inácio
Lula da Silva sequestraram as eleições de outubro próximo. Temer, pelo péssimo
governo que faz. Lula, por ter sido condenado, preso e estar impedido de ser
candidato. É o que mostra a mais recente pesquisa de opinião e de intenção de
votos do Instituto Datafolha.
A greve dos caminhoneiros,
a lenta recuperação da economia e as denúncias de corrupção que pesam contra
ele promoveram Temer à condição de o mais impopular presidente da República
desde o fim da ditadura militar de 64 em 1985. Simplesmente 82% dos brasileiros
consideram seu governo ruim ou péssimo.
Sem Lula candidato, mais
de um terço dos eleitores se dizem sem opção. Nesse caso, o deputado Jair
Bolsonaro (PSL-RJ) lidera com 19% das intenções de voto, seguido de perto por
Marina Silva (REDE) com 15%, Ciro Gomes (PDT) com 11% e Geraldo Alckmin (PSDB)
com 7%.
A impopularidade de Temer
respinga no grau de confiança dos brasileiros nas instituições. Em abril
último, 43% afirmaram confiar muito nos militares. Agora, 37%. Não confiam nos
partidos políticos 68%, no Congresso 67%, na presidência 64%, no Supremo
Tribunal Federal 39% e na imprensa 37%.
Mais de 40% dos eleitores
de Lula dizem que não sabem em quem votar. Quando testados, Fernando Haddad e
Jaques Wagner que poderão substituir Lula como candidato do PT alcançam apenas
1% das intenções de voto. Continua recorde o percentual dos que pretendem
anular o voto ou não votar.
A abstenção, o voto nulo
ou em branco, têm tudo para configurar um fenômeno nas próximas eleições. Deram
forte sinal disso nas eleições municipais de 2016. Repetiram nas eleições
extraordinárias para os governos do Amazonas e do Tocantins e para a prefeitura
de algumas cidades.
Compreensível. O sistema
político brasileiro apodreceu pelas razões conhecidas – corrupção,
distanciamento crescente das aspirações populares e incapacidade de oferecer
soluções para os principais problemas do país. E, pior: resiste a mudanças.
Teima em sobreviver na contramão da História.
Portal VEJA
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