sexta-feira, 22 de junho de 2018

➤Complicada a vida de Lula

TRF 4 homologa delação de Palocci


Dois dias depois que o Supremo Tribunal Federal autorizou delegados de polícia a fecharem acordos de delação premiada, o desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Operação Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), homologou, nesta sexta-feira, 22, a delação do ex-ministro Antonio Palocci feita exclusivamente à Polícia Federal.

O conteúdo dos anexos da delação de Palocci é mantido em sigilo pelo TRF-4. A proposta de delação premiada inicialmente oferecida por Palocci tem cerca de 50 anexos temáticos.

Além de incriminar o ex-presidente Lula, as revelações aumentam o número de empresas investigadas por corrupção nos governos do PT e avança sobre o setor financeiro, além de ajudar a decifrar velhos escândalos do governo, como o Mensalão.

Preso desde setembro de 2016 na Operação Omertà, fase 35 da Lava Jato, e condenado a 12 anos e 2 meses de reclusão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Palocci firmou acordo apenas com a PF.

Na Omertà foi investigada a relação entre o ex-ministro da Casa Civil e da Fazenda com o comando da principal empreiteira do país, a Odebrecht.

Segundo a PF , Palocci atuou diretamente como intermediário do grupo político do qual fazia parte perante o Grupo Odebrecht.

Em ações da Lava Jato em curso, o petista já prestou depoimentos em que confessou crimes e revelou suposto ‘pacto de sangue’ do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o empreiteiro Emílio Odebrecht.

A Lava Jato apreendeu R$ 70 milhões em bens móveis e imóveis de Palocci. Investigadores informaram que ele vai sair com R$ 35 milhões, ou seja, a Justiça deverá manter o confisco de metade daquele montante, em troca de revelações do ex-ministro.

A delação de Palocci deve fortalecer as acusações contra Lula, preso na Lava Jato desde 7 de abril para cumprimento e condenado a 12 anos e um mês de reclusão no processo do triplex do Guarujá, e abrir frentes de investigação ligadas aos setores financeiro e automobilístico, além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Parte do que o ex-ministro pode esmiuçar em sua delação ele já adiantou ao juiz Sérgio Moro, no interrogatório realizado no dia 6 de setembro de 2017, em uma das ações penais a que Lula responde por supostas propinas de R$ 12,5 milhões da Odebrecht. Na ocasião, Palocci confessou negociar valores ilícitos em 2010, quando teria sido acertado um acordo de R$ 300 milhões da Odebrecht para o PT.

Nessa mesma audiência, Palocci acenou com sua disposição em ‘colaborar’ com a Lava Jato. Outra sinalização do ex-ministro foi a carta de desfiliação do PT, redigida de próprio punho e divulgada também em setembro de 2017, em que incriminava Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff.

Agência Estado

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