O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e a
ex-primeira dama Adriana Ancelmo se tornaram réus de mais uma ação na Justiça,
por peculato. O juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte, da 32ª Vara Criminal do
Rio, aceitou denúncia do Ministério Público Estadual que acusa ambos de usarem
helicópteros do governo estadual em 2.501 viagens pessoais, sendo 2.281 vezes
por Cabral e mais 220 vezes por Adriana.
Na decisão, o magistrado ressaltou que a “autoria e a
materialidade dos crimes” estão minimamente delineados na denúncia do MP. Além
das viagens, Cabral teria comprado duas aeronaves mais modernas e confortáveis,
por meio de licitações suspeitas, no valor total de R$ 32 milhões. As
negociações também estão sob investigação. Para o MP-RJ, os dois helicópteros
comprados são mais luxuosos que os outros pertencentes ao Estado e, portanto,
aumentaram os custos de manutenção e combustível.
“Verifica-se que os acusados já se encontram em regime de
prisão provisória, inclusive com diversos mandados prisionais efetivamente
cumpridos”, escreveu Schilling na decisão. O ex-governador já cumpre penas que
juntas ultrapassam 100 anos e responde a mais de 20 processos.
Segundo depoimentos de testemunhas, entre elas pilotos, a
aeronave modelo Agusta AW 109 Grand New, de alto luxo, era usada quase com
exclusividade pelo ex-governador, sua mulher, seus filhos e babás. Porém, por
vezes, no trajeto entre o Rio de Janeiro e a casa de veraneio de Cabral no
condomínio Portobello, em Mangaratiba, outros dois helicópteros eram usados
simultaneamente para transportar amigos do casal, amigos e namoradas dos
filhos, parentes e empregados domésticos.
O juiz destacou que as declarações das testemunhas se
juntam à “farta documentação” que justifica o procedimento da ação penal.
Apenas o gasto total das viagens ultrapassa R$ 19 milhões. A pena pelo crime
pode chegar a 12 anos.
Com Revista IstoÉ
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