O PT ganhou uma preocupação extra, além de não poder
contar com o ex-presidente Lula na disputa presidencial. À exceção de São
Bernardo do Campo e de Curitiba, foi quase impossível nxergar mobilização nas
ruas da militância do partido contra a prisão.
Depois de ter chegado ao Planalto, quando Lula serenou
seu discurso e conquistou votos da classe média, o PT parece estar, de fato,
cumprindo a promessa de voltar às origens e ao tempo em que só encantava os
mais radicais.
O distanciamento da militância pode explicar o interesse
demonstrado por Lula em prestigiar lideranças ascendentes de esquerda fora do
PT.
Antes de ser preso, não poupou elogios a Guilherme
Boulos, do Psol e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, e a Manuela D’ávila,
do PCdoB. Nomes que representam renovação no PT, como Fernando Haddad,
receberam do ex-presidente um afaguinho tímido e olhe lá.
O PT contava com Lula para conseguir uma recuperação
política nas urnas, depois do desastre nas eleições municipais de 2016. Na
ocasião, o desgaste do partido causou derrotas expressivas como a perda da
reeleição de Fernando Haddad, em São Paulo, batido já no primeiro turno pelo
tucano João Doria.
Sem Lula na disputa, as perspectivas de o PT voltar ao
Planalto se reduzem drasticamente. E também atrapalha as campanhas regionais,
já que o partido esperava que a imagem do ex-presidente ajudasse a empurrar
candidaturas do PT.
*Publicado no portal do jornal Estadão em
08/04/2018
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