Venezuela deve ser suspensa do Mercosul
Decisão corresponde à punição máxima prevista no
Protocolo de Ushuaia,
que determina os compromissos do bloco econômico com os
princípios da democracia
A Venezuela deverá ser suspensa do Mercosul neste sábado,
em uma reunião extraordinária de chanceleres convocada pela Presidência,
informaram fontes diplomáticas. O encontro ocorrerá em São Paulo. A medida
corresponde à punição máxima prevista no Protocolo de Ushuaia, que determina os
compromissos do bloco econômico com os princípios democráticos.
Para que a suspensão ocorra, é preciso que haja consenso
entre os quatro sócios: Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Em entrevista
concedida ao Estado no dia 31, o ministro das Relações Exteriores,
Aloysio Nunes, avaliou que não deverá haver polêmica, pois a reunião vai
basicamente constatar o fato de que foi rejeitada a tentativa do bloco de
estabelecer um diálogo entre governo e oposição, com o intuito de restabelecer
a democracia na Venezuela.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, recusou um
convite formulado pelo Mercosul para dialogar com a oposição no Brasil, país
que atualmente exerce a presidência do bloco econômico. A oferta de
intermediação funcionou como a etapa de consultas prevista no Protocolo de
Ushuaia. O passo seguinte é a suspensão.
A suspensão funcionará como o reconhecimento do bloco de
que a Venezuela rompeu com os princípios democráticos. Dessa forma, será mais
uma pressão política sobre Maduro, intensificada após a eleição da Assembleia Constituinte. A
Organização dos Estados Americanos (OEA) e os EUA, por exemplo, condenaram a
realização da votação.
Agência Estado
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