‘Bolsa Família é
compra de voto institucionalizada’
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente
do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, criticou na manhã desta
sexta-feira, 21, o programa Bolsa Família como forma de comprar votos e
"eternizar" um governo no poder.
"Com o Bolsa Família, generalizado, querem um
modelo de fidelização que pode levar à eternização no poder. A compra de voto
agora é institucionalizada (com o programa)",
comentou o ministro. Ele fez um discurso durante o seminário Soluções para
Expansão da Infraestrutura no Brasil, promovido pela Câmara Americana de
Comércio Brasil-Estados Unidos (Acmham) e pela Associação Brasileira da
Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), em São Paulo.
Ele apontou que a Justiça Eleitoral não se preparou para
esse tipo de situação, como quando apontou o arquivamento da ação que pedia
investigação das contas de Dilma Rousseff na eleição presidencial de 2014,
denúncia que mais tarde foi aceita e investigada pelo Tribunal de Contas da
União (TCU). Apesar dessas "mazelas", como classificou, o ministro
apontou que as crises no Brasil foram tratadas dentro do marco institucional.
Reforma eleitoral. Gilmar defendeu a realização de
uma reforma político-eleitoral. "Estamos vivendo no âmbito
político-eleitoral uma realidade de caos, verdadeiro caos. Nós temos que fazer
uma reforma político-eleitoral", destacou.
Ele citou a existência de 35 partidos políticos, 28 no
Congresso, e que muitos deles são criados para arrecadar recursos do Fundo
Partidário e negociar tempo de propaganda eleitoral. "Isso nos leva a um
artificialismo", afirmou. Para ele, o quadro precisa ser revisto.
Gilmar voltou a afirmar que a revelação de caixa 2 na
campanha de Dilma em 2014 mostrou que era um "ledo engano" afirmar
que esse tipo de prática havia sido extinto no País.
Agência Estado
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