Estadão
- PT encolhe, e PSDB é o que mais cresce em todo o Brasil
O PT foi o maior derrotado das eleições deste domingo. O
partido, que desde sua criação sempre cresceu em número de eleitos a cada
disputa municipal, teve um retrocesso significativo e terá em 2016 menos
vitórias que em 2004.
Até as 21h30 de domingo, havia 204 petistas eleitos em um
universo de 4.948 cidades com a apuração encerrada. Ainda havia 620 municípios
com a contagem em andamento.
Com esse resultado parcial, o partido estava elegendo
apenas 4% dos prefeitos do País. Nas eleições de 2012, a taxa foi quase o
triplo disso: 11,5%.
Outra medida que dá uma ideia do tamanho do recuo petista
é a queda do partido no ranking dos eleitos. Há quatro anos, o PT estava na
terceira colocação, atrás apenas do PMDB e do PSDB. Neste ano, deve cair para o
décimo lugar, atrás até do DEM, um dos partidos que mais encolheram nas últimas
décadas.
Eleito em 1º turno, Dória fortalece
candidatura de Alckmin em 2018
A vitória inédita - pela primeira vez uma eleição na
maior cidade do País foi decidida na primeira etapa - representa também um
significativo triunfo do governador Geraldo Alckmin, que bancou a candidatura
do empresário, neófito em uma disputa eleitoral, e enfrentou uma dissidência
interna no PSDB paulista.
O resultado, em última análise, fortalece o projeto
presidencial do governador tucano. Doria, que na campanha se apresentou como
gestor, dispensando o rótulo de político, obteve pouco mais de 3 milhões de
votos, alcançando a maior vantagem num primeiro turno sobre o 2º colocado, o
prefeito Fernando Haddad (PT), desde 1992. O tucano superou também os
candidatos Celso Russomanno (PRB), Marta Suplicy (PMDB) e Luiza Erundina
(PSOL).
Haddad tem pior votação do PT em São Paulo
O prefeito Fernando Haddad obteve neste domingo,
2, a pior votação de um candidato do PT em São Paulo. Atribuída ao voto
antipetista, a derrota agrava o racha interno no partido, que pode levar a nova
debandada de seus quadros, e escancara uma crise sem precedentes na legenda.
Haddad chegou a dizer a amigos que, se perdesse a
eleição, deixaria a vida pública e voltaria a ser professor universitário. A
frase foi entendida como um recado de que o prefeito também pode sair do PT,
partido com o qual teve ruidosos atritos ao longo de sua gestão. “Não tem nada
disso”, afirmou ele. “Fico onde estou.”
A queda do PT da Prefeitura foi comparada pela cúpula da
sigla a um desastre tão grande quanto o impeachment da presidente Dilma
Rousseff, há pouco mais de um mês.
Doria promete revogar velocidade nas
marginais na segunda semana de gestão
O prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB),
afirmou que vai revogar a redução da velocidade nas marginais Tietê e do
Pinheiros na segunda semana de gestão na capital paulista. Segundo ele, será
necessário uma semana após assumir o cargo para modificar a sinalização
das vias para apontar a mudança da velocidade máxima de 70km/h para 90km/h, nas
pistas expressas, e 60km/h para 70km/h, nas centrais, e de 50km/h para 60km/h,
nas pistas locais. Segundo ele, associar a redução de acidentes na capital com
a mudança nas velocidades, realizada pela gestão Haddad em 2015, é uma
"falácia".
Em entrevista à Rádio Estadão, Doria também prometeu
priorizar a saúde e zerar a fila vagas em creches na cidade em um
ano, suas prioridades na gestão. No caso da educação infantil, a mudança será
feita por meio de parcerias público-privadas, sem haver previsão para a
construção de novos estabelecimentos.
Oito capitais, entre elas São Paulo, elegem
seus prefeitos no primeiro turno
Pela primeira vez desde 1988 - quando foi instituído o segundo turno - ,
São Paulo, a maior capital do País, tem um prefeito eleito no primeiro turno.
Com 53,28% dos votos válidos, João Doria (PSDB) venceu o atual prefeito
Fernando Haddad (PT), que teve 16,7%. Assim como São Paulo, outras sete
capitais tiveram prefeitos eleitos sem a necessidade de segundo turno:
Salvador, Boa Vista, João Pessoa, Teresina, Natal, Palmas e Rio Branco. Dória
foi o único que não concorria à reeleição.
A capital paraibana, João Pessoa, reelegeu Luciano
Cartaxo (PSD), com 59,67% dos votos válidos. Em segundo lugar ficou Cida Ramos
(PSB), com 33,54%. Em Natal, capital do Rio Grande do Norte, o pedetista Carlos
Eduardo venceu com 63,42% dos votos válidos o segundo colocado, Kelps (SD), que
obteve 13,37%. Em Palmas, Carlos Amastha (PSB) superou Raul Filho (PR), com
52,38% dos votos válidos ante 31,43% e foi reeleito na capital do Tocantins.
ACM Neto (DEM) foi reeleito com 74% dos votos em
Salvador. Alice Portugal (PC do B) foi a segunda mais votada e obteve 14,54%
dos votos válidos. Firmino Filho (PSDB) foi reeleito em Teresina com 51,14% dos
votos. Dr. Pessoa (PSD) ficou com 39,77%. Com vitória mais expressiva, a
prefeita de Boa Vista, Teresa Surita (PMDB) venceu Sandro Baré (PP), com 79,39%
ante 9,42%. A capital acreana, Rio Branco, reelegeu Marcus Alexandre (PT), com
54,88%. Eliane Sinhasique (PMDB) ficou em segundo lugar, com 32%.
(Continua)
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