Tentativa isola Renan Calheiros
Colocado em discussão pelo presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), o possível avanço do processo de impeachment do
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não tem apoio dos principais
líderes da base do governo interino e da oposição na Casa. O tema também tem
sido acompanhado a distância pela cúpula do Palácio do Planalto, que vê a
medida como uma iniciativa unilateral de Renan.
Atualmente, há cinco petições com pedido de afastamento
de Janot no Senado, responsável por avaliar esse tipo de processo. Outros cinco
já foram arquivados. Para ser colocado em discussão, Renan precisa aceitar
formalmente um dos pedidos e, a partir daí, é instalada uma comissão especial
na Casa para tratar do tema.
Senador Aloysio Nunes |
"Não acho que ajuda a pacificar o ambiente. Quanto
menos marola, melhor. É um momento que estamos precisando aprovar leis
importantes, acho que isso não ajuda", afirmou o líder do governo no
Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP).
Um dos principais aliados de Renan, o líder do PMDB,
senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), vê a iniciativa como precipitada.
"Acho que não é um momento bom para se fazer qualquer tipo de embate. Está
tudo muito tumultuado. Acho que a nossa preocupação no momento é fazer com que
o Brasil possa retornar ao eixo. Essa questão de impeachment tem que ser
avaliada com muita cautela", defendeu o peemedebista.
A ideia de discutir o impeachment do procurador-geral foi
apresentada por Renan na reunião de líderes realizada na terça-feira passada.
Na véspera, as advogadas Beatriz Sordi e Claudia Castro haviam protocolado o
mais recente pedido de afastamento de Janot. O documento, considerado
"fraco" por assessores da Casa, acusa Janot de agir de forma
negligente e proceder de forma incompatível com o decoro do cargo. A petição
tem como base decisão do procurador-geral da República de pedir ao Supremo
Tribunal Federal a prisão de Renan, do senador Romero Jucá (PMDB-RR) e do
ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB-AP) por suposta interferência na
Operação Lava Jato. Os pedidos foram negados pelo ministro Teori Zavascki,
relator da Lava Jato na Corte.
Fonte: Portal IG
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