segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Bom Dia!

Direito de greve

Entramos no 15º dia de greve do transporte coletivo em Porto Alegre. Tem muita gente e muitos setores sofrendo com a paralisação dos rodoviários. Tem trabalhador que não consegue trabalhar, tem lojista querendo fechar as portas, restaurante no prejuízo, sem falar na dificuldade que as pessoas mais pobres enfrentam para chegar aos postos de saúde para aquela consulta agendada faz muito tempo.
A greve, em si, já extrapolou todos os limites e agora, para completar, passa a receber o apoio de sindicalistas de outros estados. Alguns já chegaram e, unidos a representantes de outras categorias e movimentos políticos, estão, ou estavam, acorrentados em frente ao prédio da prefeitura de Porto Alegre. Com que intenção, confesso que não sei. Sei que não se trata de reivindicar nada em favor dos rodoviários. A prefeitura não é o local adequado pois o problema parece estar entre rodoviários e patrões, empresários do setor. Os rodoviários querem aumento de salário e redução das horas trabalhadas. Quem resolve isso é a Justiça do Trabalho e não o prefeito. Assim sendo, quero ver os acorrentados resistirem ao calor de 40º, sob sol intenso, na Praça Montevidéu.
Paralelamente, ouvi na Rádio Gaúcha, hoje bem cedo, críticas e comentários sobre a nova licitação, tão desejada, no transporte coletivo e que não prevê veículos com ar condicionado. Diz a EPTC que a colocação de ar nos veículos, significa aumento no custo da passagem, algo em torno de R$ 0,10. Para comentaristas da Gaúcha e alguns ouvintes, trata-se de um absurdo não exigir ar condicionado nos ônibus, principalmente em dias quentes como os atuais. Afinal, dizem, são só R$ 0,10, o que não pesaria muito no orçamento dos passageiros.
Depois de ouvir uma série enorme de argumentos, fiquei pensando se não seria o caso de ouvir quem mais tem interesse na questão; os usuários. Não seria o caso de saber a opinião do trabalhador que teria de dispor de, no mínimo, mais R$ 0,20 por dia para desfrutar do conforto do ar condicionado? Será que ele prefere o ar ou uma passagem mais barata? Ou, quem sabe, pedir ao governo que desonere o óleo Diesel dos impostos pagos pelas empresas? A tarifa não seria reduzida?
São coisas que me passaram pela cabeça enquanto ouvia um monte de bobagens como: “quem sabe tiram os bancos dos ônibus”, ou “quem sabe se elimina o motor dos ônibus”, como argumentos para baixar o valor da tarifa.
Enquanto isso, a Justiça cassou a liminar que proibia piquetes em frente às garagens dos ônibus, em nome do direito de greve dos rodoviários. Nada contra, mas será que não esqueceram do direito dos que querem trabalhar?

Fiquem com Deus e tenham todos um Bom Dia!

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