Governo vai adiar novas regras de
segurança
Após campanha publicitária que
incluiu até um testamento, o fim da produção da Kombi pode ser adiado para
2016. O governo deve anunciar, em alguns dias, o adiamento, por dois anos, da
norma que obriga a instalação de airbag e freio ABS em 100% dos carros novos,
que entraria em vigor em janeiro.
A possível mudança na regra para os
dois itens de segurança, estabelecida em 2009, é resultado da preocupação do
ministro da Fazenda, Guido Mantega, com o impacto inflacionário que o aumento
dos preços dos carros pode provocar.
Segundo Mantega, o reajuste pode
variar de R$ 1 mil a R$ 1,5 mil. Recentemente a Volkswagen calculou esse
aumento em R$ 600 a R$ 800. Outro impacto deve vir da alta do IPI, também
prevista para janeiro.
Além da Kombi, produzida há 56 anos
pela Volkswagen, serão beneficiados os modelos Gol G4, Fiat Mille, Chevrolet
Celta, Renault Clio e Ford Ka e Fiesta Rocam. Os dois itens também poderão
voltar a ser opcionais em carros já equipados.
Houve intensa campanha do Sindicato
dos Metalúrgicos do ABC pelo adiamento, por temer demissões com o fim da Kombi
e do G4. Dirigentes da entidade recorreram até à presidente Dilma Rousseff. A
Kombi não tem estrutura para receber airbag. Já para o G4 e os outros modelos
mais antigos, o custo para incorporar os itens não compensa financeiramente.
"Possivelmente vamos adiar a
entrada em vigor (da obrigatoriedade)", disse Mantega. Segundo ele, 60%
dos veículos já têm airbag e ABS. "Passaria para 100% e provavelmente
vamos diferir isso em um ou dois anos. Ainda não fechamos a proposta, vamos
fechar na terça-feira."
A Associação Nacional dos Fabricantes
de Veículos Automotores (Anfavea) informou, em nota, ter sido informada dessa
medida, "como decisão", e disse estar "avaliando o assunto".
(Agência Estado)
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