Economistas dizem que Brasil terá
mais um ano de ‘pibinho’
Os bancos e as consultorias estão
rebaixando para pouco mais de 2% a expectativa de avanço do Produto Interno
Bruto (PIB) do Brasil em 2013. O mercado já vem reduzindo a aposta de expansão
da economia desde o início do ano - em janeiro, no primeiro Boletim Focus, do
Banco Central, a previsão para o PIB era de 3,26%.
O primeiro semestre vai chegando ao
fim e a instabilidade no câmbio, que pressiona a inflação, e os desequilíbrios
das políticas fiscal e monetária deixaram os economistas mais pessimistas em
relação ao crescimento da economia neste ano. "A essa altura do
campeonato, é inevitável que o Brasil esteja caminhando para mais um ano de
crescimento medíocre, com possibilidade de comprometer o crescimento em
2014", diz o economista Fábio Giambiagi, especialista em finanças
públicas. "Há 15 dias, eu trabalhava com um número entre 2,5% e 2,8%, mas,
com os últimos acontecimentos, a projeção vai se aproximar de 2%."
De maio para cá, a GO Associados
rebaixou a previsão do PIB de 2,7% para 2,2%. O banco Santander diminuiu de
2,8% para 2,2%. A LCA e a Tendências Consultorias estão com as previsões
mantidas em 2,7% e 2,5%, respectivamente, mas com viés de baixa. "O que
impõe um viés de baixa para o PIB é o aumento de incerteza em relação ao Brasil",
diz Alessandra Ribeiro, economista da Tendências Consultoria. "Uma perda
de confiança dos agentes, tanto do lado do consumidor como do empresário, pode
indicar uma retenção de planos de consumo e de investimento."
O fraco cenário de crescimento também
deve se repetir no ano que vem, o que pode levar o governo Dilma Rousseff a um
crescimento médio de 2%. "Não há no horizonte um único sinal de que o
governo tem uma estratégia, com efeitos práticos, para virar o jogo e recuperar
o rumo do crescimento econômico", diz Monica de Bolle, professora da
PUC-Rio e diretora do Iepe/Casa das Garças.
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