segunda-feira, 22 de abril de 2013



Eles viajam e nós pagamos

O governador do Estado, Tarso Genro (PT), viajará para Israel e Portugal ainda esta semana. Os motivos para a viagem a Israel e território palestino na Cisjordânia, seriam porque lá existem oportunidades para o RS e porque quer mostrar que os gaúchos são a favor da paz. Em Portugal, Tarso pretende buscar parcerias nas áreas de turismo e gastronomia.

Além de empresários, pesquisadores, prefeitos e integrantes do governo, viajarão com o governador, pelo menos cinco deputados da base aliada: Aldacir Oliboni (PT), Gilmar Sossela (PDT), Marisa Formolo (PT), Miki Breier (PSB) e Raul Carrion (PC do B). Todos terão passagens e diárias de 400 euros pagos pela Assembléia Legislativa.

Não sei quanto custa uma passagem de ida e volta para o circuito que os deputados farão, mas posso calcular o que cada um vai receber de diárias para viajar. Cálculo bem simples, por sinal.

Cada deputado receberá cinco diárias, ou seja, 2 mil euros, o que significa, considerando-se que o euro vale R$ 2,80 (hoje), R$ 5.600, ou R$ 1.120 por dia.  Como são cinco deputados, o total pago pela AL será de R$ 28.000 somente em diárias para os deputados que viajarão com Tarso Genro. 
Marisa Formolo disse que “temos muito a aprender lá. Um exemplo disso são as técnicas de irrigação”. Para Mike Breier, “as pessoas tem o direito de criticar, mas o bom deputado não é aquele que só fica no plenário. É aquele que conhece outras realidades, que tem visão de mundo”.

Acho que sim, que os deputados tem direito a viajar e aumentar seus conhecimentos, aperfeiçoando sua “visão de mundo”. Mas não entendo os motivos pelos quais aceitam diárias e passagens pagas pela AL, ou melhor, pelo contribuinte, por nós todos. Sendo assim, será que qualquer um de nós não pode ir até a AL ou ao Piratini e dizer que precisa de passagens e diárias para viajar e ter mais “visão do mundo”? Ou os deputados e integrantes do governo não ganham o suficiente para bancar suas viagens que, segundo eles, irão reforçar a mobilização por novos mercados e investimentos, além de conhecer experiências bem sucedidas para embasar novos projetos de lei?
Nem comentei as despeas feitas com a comitiva do governo que também serão pagas pelo contribuinte. Afinal, foi sempre assim, e continuará sendo: eles viajam e nós pagamos.

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