Procurador confirma denuncias contra Renan
O procurador-geral da República,
Roberto Gurgel, confirmou nesta sexta-feira que apresentou denúncia ao Supremo
Tribunal Federal (STF) contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) pelos crimes
de falsidade ideológica, uso de documentos falsos e peculato. A íntegra da
denúncia será analisada pelo tribunal em data ainda não prevista.
A investigação remete ao ano de
2007, quando Renan teve de renunciar à cadeira de presidente da Casa para
salvar seu mandato. Na época, ele enfrentou cinco denúncias no Conselho de
Ética do Senado. A mais devastadora foi feita pela jornalista Mônica Veloso,
com quem Renan tem uma filha. Ela revelou que o lobista Cláudio Gontijo,
da empreiteira Mendes Júnior, entregava a ela pacotes de dinheiro vivo em nome
de Renan para custear a pensão alimentícia. Em troca, a empreiteira era
beneficiada com emendas parlamentares do senador para tocar obras em Alagoas.
Para tentar sustentar que tinha
recursos próprios para custear as despesas, Renan afirmou que investia em gado
e que teria obtido lucro espantoso com as transações rurais. Um laudo do
Instituto de Criminalística da Polícia Federal apontou, entretanto, que os
resultados dessas transações eram fictícios. As investigações também concluíram
que os documentos apresentados por Renan eram forjados. Em suma, ele não tinha
recursos para pagar 16 500 mensais de pensão.
De acordo com a denúncia do
procurador-geral, Renan também desviou recursos da verba indenizatória do
Senado, destinada a arcar com gastos referentes ao mandato, como aluguel de
escritório, gasolina e passagens aéreas. Nesse caso, o dinheiro do Senado era
destinado a uma locadora de carros, cujo dono é apontado como laranja de Renan.
"O peculato é em relação à
utilização daquela verba de representação que os senadores têm e que cuja
utilização tem de ser comprovada. E ele comprovou isso com notas frias",
afirmou Gurgel.
O peemedebista também enfrentou
outras acusações na época, como possuir rádios em nome de laranjas, beneficiar
a cervejaria Schincariol, cobrar propina em ministérios comandados pelo PMDB e
até espionagem contra parlamentares adversários.(Agência Estado)
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