Bom Dia!
As pessoas, em sua maioria, são emotivas. Quando se chega
aos 70 anos, então, a emoção chega com mais facilidade. Falo por mim, que me emociono
facilmente. Mesmo sem ser um velho chorão, chego às lágrimas em muitas
ocasiões.
Falo isso para lembrar os momentos emocionantes que vivemos
hoje, às 8 horas da manhã, quando aconteceu, em Santa Maria, o “Minuto do
Barulho” em homenagem aos 239 mortos na tragédia da boate Kiss. Foi um momento
em que não só os familiares, parentes e amigos daqueles jovens mortos, mas toda
a comunidade, reviveu a tristeza de tantas vidas perdidas.
Confesso que, por um instante, consegui me transformar em
pai, irmão, amigo, namorado, colega de uma daquelas meninas e meninos que
morreram procurando, única e exclusivamente, viver momentos de intensa alegria.
E como foi difícil segurar as lágrimas e o nó na garganta ao ouvir o pai de uma
das moças afirmar que acreditava que ela estava viva e que, em breve, toda a
família estaria junta novamente. Um enorme coração com a foto das 239 vítimas
foi colocado em frente ao que restou da Kiss. Os sinos tocaram e os carros
buzinaram em Santa Maria. O minuto de silêncio foi substituído por um minuto de
barulho, revivendo a alegria barulhenta e feliz daqueles que morreram quando
mais queriam viver.
Paralelamente, um mês depois da tragédia, vereadores de
Santa Maria brigam para constituir uma CPI com a finalidade de “esclarecer as
responsabilidades pela tragédia”. Sinceramente, é de não acreditar que pessoas
que mereceram a confiança da população fiquem buscando espaços políticos,
procurando palanques para desfilar seus interesses meramente eleitorais e
partidários. Claro que eles sabem que nenhuma CPI, neste nosso triste Brasil,
resolve alguma coisa. Comissão Parlamentar de Inquérito, todos sabemos, não dá
em nada. Nunca deu. Tomara que a população de Santa Maria tenha consciência e,
em homenagem aos seus 239 filhos que morreram no incêndio da boate Kiss, lembre
do nome destes políticos que não respeitaram, em nenhum momento, a dor de
tantas famílias. Por favor, não votem neles, nunca mais.
Em homenagem à memória daqueles jovens que estão em outro
plano, o piano clássico de Fréderic Chopin em seu belíssimo Nocturne. Bom Dia!
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