Profissionais querem reajuste de honorários e critérios para
aumento.
Médicos em todo o país vão suspender o atendimento a pacientes de
planos de saúde por um período de até 15 dias. O protesto, na maioria dos
estados, está previsto para começar na próxima quarta-feira. Esta é a quarta
paralisação anunciada pela categoria em dois anos. De acordo com o Conselho
Federal de Medicina (CFM), serão suspensas apenas consultas e cirurgias
eletivas – serviços de urgência e emergência não serão afetados.
Sete unidades federativas anunciaram a suspensão do atendimento a
todas as empresas de saúde suplementar do país. Em oito estados, o protesto vai
atingir apenas operadoras de planos locais. Há ainda sete estados que irão
realizar assembleias para definir os planos a serem atingidos.
Além do reajuste de honorários de consultas e outros
procedimentos, a pauta de reivindicações inclui a inserção, em contrato, dos
critérios de reajuste, com índices definidos e periodicidade e o fim da
intervenção dos planos na relação médico-paciente.
Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) indicam que,
entre 2003 e 2011, a receita das operadoras cresceu 192%, enquanto o valor
médio pago por consulta aumentou 65%. Cálculos da própria categoria,
entretanto, indicam que o reajuste foi 50%. “A ANS suspendeu mais alguns planos
por conta do tempo de espera. As emergências estão superlotadas, praticamente
igual ao Sistema Único de Saúde (SUS). O mercado de saúde suplementar não atrai
mais o médico, eles estão saindo. A situação vai piorar”, ressaltou Tibiriçá.
Para o vice-presidente da Associação Médica Brasileira (AMB),
Lairson Vilar, as operadoras têm “boicotado” tratamentos de alto custo,
reduzindo períodos de internação e dificultando exames mais caros. Segundo ele,
estudo feito em São Paulo indica que dois em cada dez usuários de planos de
saúde têm procurado o serviço público no lugar das clínicas credenciadas. “É
impossível oferecer um serviço de qualidade face a um desequilíbrio tão
grande”, destacou. (Agência Brasil)
Planos devem oferecer alternativas
Para os órgãos de defesa do consumidor, os clientes que forem
afetados pela decisão dos médicos de paralisar o atendimento eletivo aos planos
de saúde e hospitais de pelo menos 16 Estados brasileiros a partir de
quarta-feira deverão, primeiramente, consultar a operadora do plano de saúde -
que deverá apresentar uma alternativa ao caso. A orientação das entidades vale
para situações em que os profissionais credenciados cancelem as consultas ou
optem por cobrar pelo atendimento orientando o paciente a pedir reembolso ao
convênio.
Sobre a orientação do Conselho Federal de Medicina (CFM), de que
em alguns Estados os médicos devem cobrar pela consulta e os pacientes pedir
reembolso ao plano de saúde, Selma do Amaral, diretora de atendimento e
orientação ao consumidor do Procon-SP, afirma que, antes de o beneficiário
aceitar pagar pela consulta, ele deve consultar o plano de saúde. "O
consumidor deve protocolar o pedido para a operadora, que deve dar uma
alternativa. O reembolso só ocorre caso ela não apresente esta alternativa",
afirmou. O Procon-SP reforçou que a recomendação é de sempre contatar a
operadora antes de qualquer atitude. (Terra)
No entanto, o próprio CFM lembra que os planos de saúde costumam
devolver apenas o valor normalmente pago pela operadora ao médico, em vez do
valor integral da consulta pago pelo usuário.(Terra)
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