O revisor começa a ler seu voto sobre a ré Kátia Rabello,
dirigente do Banco Rural e que foi absolvida pelo relator, ministro Joaquim
Barbosa.
Segundo Lewandowski, o Banco Rural disponibilizou a sua
estrutura para que Marcos Valério destinasse recursos a terceiros. "Já estou, implicitamente, refutando os argumentos da defesa,
que, em um primeiro momento, alega que os dirigentes do Banco Rural não
participaram da operação. A materialidade dos fatos está bem comprovada. Estou
tentando construir a autoria com base no material probatório",
disse o revisor.
Lewandowski enfatiza que mesmo que os executivos do Banco
Rural não soubessem das supostas irregularidades cometidas pelo grupo operado
por Marcos Valério, eles não podiam negar que, pelo menos parte dos
recursos, eram oriundos de empréstimos fraudulentos concedidos pela
instituição financeira de Minas Gerais. Segundo Lewandowski, a
documentação existente nos autos mostra que houve a repetição de uma mesma
conduta por parte do Banco Rural por um longo período. Na avaliação do revisor,
essa prática “traduz” uma política institucional da direção do banco, o que
configuraria uma infração grave.
De acordo com o revisor, o banco sabia quem eram os
destinatários finais de cheques e saques em espécie. Ele ainda afirma que
pessoas jurídicas serviam de laranjas para impedir a identificação do destino
final das somas movimentadas.
"Restou a intenção de ocultar os
destinatários finais dos recursos em espécie. Se não fosse assim, em pleno
século 21, por que não se valeram de transferências eletrônicas? Nos tempos
atuais, revela-se que não existe nada mais seguro do que o emprego de operações
bancárias eletrônicas. Os saques eram emitidos por pessoas jurídicas que
serviram de intermediárias para os recursos que transitaram por suas contas",
disse Lewandowski. “Só se lava ou branqueia o que está sujo. O maior indicativo
da ilicitude de tais operações é que o banco, em nenhuma ocasião, informou ao
Banco Central o nome das pessoas que receberam os valores na boca do caixa",
completou.
Lewandowski
votou pela condenação da ex-dirigente do Banco Rural, Kátia Rabello.
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