“Me parece que houve aqui não um empréstimo, mas um
negócio de pai para filho. Os valores emprestados eram incompatíveis com a
capacidade financeira do tomador dos empréstimos", disse o revisor.
Lewandowski ressalta a participação de Marcos Valério
junto ao governo federal para a negociar a liquidação do Banco Mercantil de
Pernambuco, que interessava ao Banco Rural. Valério foi ao Banco Central várias
vezes para falar sobre o tema. Para o ministro, "este relacionamento"
demonstra que Valério "buscava influenciar diversos órgãos em favor dos
interesses do Banco Rural".
Lewandowski diz que, mesmo que o Banco do Brasil
aceitasse ser fiador do empréstimo feito pelo Banco Rural ao PT e às agências
de publicidade, haveria uma discrepância grande dos valores a serem pagos pelas
empresas de Valério.
“Inexiste no mercado instituição financeira que aja
como o Banco Rural atuou. Os bancos não são instituições filantrópicas, mas
cobram caro por taxas de serviços prestados e cobrando juros altos pelos
empréstimos. Houve troca de favores entre os dirigentes do Banco Rural e Marcos
Valério", ressaltou Lewandowski. “O Banco Rural não possuía
informações suficientes que autorizassem a liberação de crédito de mais de R$
19 milhões para as empresas de Valério. Os números apresentados no balanço são
de ínfimo valor, além de cadastro com informações escassas",
completou.
Para o revisor, a "pecha de fictício" dos empréstimos
concedidos às agências de Marcos Valério e ao PT não se deve ao fato de o
dinheiro não ter sido concedido. Segundo Lewandowski, os recursos saíram dos
cofres da instituição financeira. No entanto, teriam sido simulados por meio de
várias prorrogações nos prazos de pagamento dos financiamentos.
Lewandowski condena Kátia Rabello por gestão fraudulenta.
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