O advogado Délio Lins e Silva Júnior é chamado para defender
o ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas. O ministro Ayres Britto diz que o defensor
terá "até um minuto" para falar, e Décio Júnior o corrige: "Pode
ser uma hora, senhor presidente?". O ato falho do presidente do STF arrancou
risos no plenário e do próprio Ayres Britto.
Há sete
anos, Jacinto é chamado de mensaleiro. Seus filhos cresceram ouvindo seu pai
ser chamado de mensaleiro. E eu tenho certeza que ao término desse julgamento
ele poderá viver normalmente. Se o mensalão existiu ou não, eu deixo
para que vossas excelências decidam. A minha parte aqui é mostrar que, caso ele
existiu, Jacinto Lamas não participou.
Provas mostram que Jacinto Lamas não teve participação no
mensalão, diz o advogado, afirmando que ele não tinha envolvimento com a
quadrilha e que não serviu de elo para os parlamentares do partido receberem
recursos ilícitos. "A Receita Federal nunca autuou ele por seu patrimônio
incompatível com seus rendimentos", diz o advogado. O TCU não encontrou
nenhum processo sobre isso.
Vou falar
aqui do presidente Lula. Não quero dizer que ele deveria figurar neste
processo. Eu acredito que o presidente Lula realmente não sabia de nada. Mas
quem seria o maior beneficiário do esquema? O chefe da Nação, o presidente da
República, o presidente Lula. E eu acredito nele, que diz que de nada sabia. E
existe um depoimento nos autos que diz que ele sabia: o de Roberto Jefferson.
(...) E se ele não sabia, Jacinto Lamas também não sabia"
Jacinto
Lamas era um zero à esquerda em termos políticos. E quem diz isso não sou eu,
são os autos. O papel de assessor era figurativo, quem determinava para onde ia
o dinheiro do PL era Valdemar de Costa Neto. Jacinto era um mero mensageiro".
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