O ex-diretor do Dnit Luiz Antonio Pagot
disse nesta terça-feira (28), em depoimento à CPI do Cachoeira, que pediu
doações a empresas de construção civil para a campanha eleitoral de Dilma
Rousseff à Presidência da República, em 2010.
O ex-diretor do órgão público contou que o
pedido para que solicitasse doações foi feito a ele por José de Filippi Júnior,
tesoureiro da campanha de Dilma. O G1procurou o ex-tesoureiro, mas
não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
Pagot afirmou que não considera ter sido
“arrecadador” de recursos porque, segundo ele, não recolheu o dinheiro
pessoalmente.
Ele também negou que tenha atuado no Dnit
para favorecer as empresas que contribuíram para a campanha da presidente.
Pagot dirigiu o Dnit de 2007 a 2011.
“De maneira nenhuma associei a doação a
qualquer ato administrativo do Dnit. Posteriormente ao meu pedido, já no
transcurso da campanha, algumas empresas encaminhavam para mim boletos
demonstrando que tinham feito a doação. Posteriormente, eu constatei que
diversas empresas para as quais eu havia feito a solicitação realmente fizeram
a doação na conta de campanha”, contou.
Parlamentares da oposição questionaram se o
tesoureiro da campanha havia pedido o dinheiro pessoalmente a Pagot no gabinete
dele, no Dnit, e se tratou do assunto em alguma ocasião diretamente com a
presidente Dilma.
Pagot afirmou que foi procurado duas vezes
pelo tesoureiro do PT, em seu gabinete. “Sobre a procura que o tesoureiro me
fez, ele esteve duas vezes no Dnit. A primeira vez, ele esteve no primeiro
turno. [...] Eu selecionei umas 30 empresas [para pedir doações]”, afirmou.
Segundo Pagot, todas as empresas que ele
procurou para fazerem doações para a campanha de Dilma realizaram a doação. “Eu
acredito que entre R$ 5,5 milhões e R$ 6 milhões essas empresas devem ter
doado”.
O ex-diretor do Dnit negou que tenha
conversado com Dilma sobre o pedido de doação. “Por ocasião da campanha, nenhum
telefonema, nenhuma solicitação”, disse.
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