Mercosul: Brasil defende suspensão do Paraguai e entrada da Venezuela
Convocado pela
comissão de Relações Exteriores do Senado, o chanceler Antonio Patriota
defendeu, nesta quarta-feira, a suspensão do Paraguai da Unasul e do Mercosul,
e confirmou a entrada da Venezuela no próximo dia 31.
-A suspensão do
Paraguai mostrou que a região não tolera desvios que comprometam a plena
vigência da democracia no continente – disse o chanceler.
Para Antonio
Patriota, “Era necessário enviar um sinal claro, não apenas ao governo do
Paraguai, mas também a todos os países da região: um sinal inequívoco de que,
nesta região, não há mais espaço para aventuras antidemocráticas “.
Patriota
ressaltou que a decisão dos países sul-americanos foi unânime, que a
destituição de Lugo representou "uma ruptura da ordem democrática", e
que "o Paraguai voltará a participar plenamente (do Mercosul e da Unasul)
quando for restaurada a plena vigência da ordem democrática".
O chanceler
também afirmou que não correspondem a uma posição da Organização dos Estados
Americanos (OEA) as declarações de seu secretário-geral, José Miguel Insulza,
que, após uma visita ao Paraguai, criticou, ontem, que aquele país seja
suspenso da organização continental.
Senadores da
oposição criticaram a decisão de expulsar o Paraguai do Mercosul,
principalmente a entrada da Venezuela no bloco. "A decisão de suspender o
Paraguai e, no mesmo momento, decidir pela entrada da Venezuela, foi um golpe
digno de um grêmio estudantil de quinta categoria", denunciou Aloysio Nunes
Ferreira, do PSDB, que questionou a democracia na Venezuela.
Patriota
confirmou que a entrada da Venezuela no Mercosul se tornará efetiva em 31 de
julho, em uma reunião no Rio de Janeiro, sob a presidência rotativa brasileira.
"A entrada
da Venezuela é uma decisão que fortalece o Mercosul, que dará ao bloco um peso
maior", afirmou o chanceler, assinalando que, embora "nenhuma
democracia seja perfeita", observadores internacionais deram o aval
democrático às eleições venezuelanas.
Taxa básica de juros cai para 8% ao ano
A taxa básica de juros (Selic), que já era a mais
baixa da história em 8,5%, caiu nesta quarta-feira mais um pouco. A partir
desta quinta, a taxa será de 8% ao ano, valendo pelos próximos 45 dias. A oitava
diminuição seguida da Selic, foi anunciada pelo Comitê de Política Monetária
(Copom), ao fim da quinta reunião do colegiado de diretores do Banco Central
(BC) no ano.
A decisão era esperada pela maioria dos analistas
financeiros. Alguns torciam, inclusive, por uma redução mais ousada, para 7,75%,
por entenderem que o cenário atual, de inflação em queda e atividade econômica
fraca, cria condições favoráveis para o BC afrouxar, tanto quanto possível, a
política monetária.
A taxa Selic caiu 4,5 pontos percentuais nas oito
reuniões que o Copom realizou do final de agosto de 2011 até hoje, o que
resulta em uma queda de 36%. Essa redução, porém, não foi acompanhada na mesma
proporção pelo sistema financeiro nacional (SFN), em que pese a determinação
governamental, no último mês de abril, para que os bancos oficiais baixassem
seus juros como forma de estimular os bancos privadas a fazerem o mesmo.
Demóstenes quer recuperar mandato no STF
Seis horas depois de ter o mandato cassado, o
ex-senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) anunciou nesta quarta-feira,
11, no Twitter que vai recorrer ao
Supremo Tribunal Federal (STF) para reaver a sua cadeira no Senado. Pouco antes
de tornar pública a decisão, Demóstenes telefonou para seu advogado, Antonio
Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, para avisar que iria consultar
constitucionalistas sobre a possibilidade de recorrer ao Supremo.
"Vou recuperar no STF o mandato que o povo de
Goiás me concedeu", escreveu o ex-senador. "Os motivos são
suficientes: fui cassado sem provas, sem direito à ampla defesa e sem ter
quebrado do decoro".
À Agência Estado, Kakay disse que Demóstenes está
livre para tomar sua decisão, mas não vai apoiá-lo. "Eu cumpri o meu
papel. Para mim, o processo terminou hoje. A decisão do Senado é
soberana", afirmou o advogado.
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