segunda-feira, 16 de julho de 2012

Especialistas contestam urna eletrônica
Com a proximidade das eleições, a urna eletrônica tem sua vulnerabilidade contestada por técnicos que discutem a necessidade, por exemplo, de que o voto impresso complementar ao digital, seja adotado.
-Há uma clara migração dos sistemas de votação adotados em outros países na direção do voto impresso verificável pelo eleitor ainda no ambiente de votação, sem que o comprovante permita ao eleitor provar suas escolhas para uma terceira parte, afirma o professor-adjunto no departamento da ciência da computação da Universidade de Brasília, Diego Aranha. Ele descobriu uma falha na urna brasileira durante um teste público, em março. O professor afirma que as fragilidades encontradas por sua equipe “são resultado de um processo de desenvolvimento de software imaturo do ponto de vista de segurança, e que precisa ser aperfeiçoado”.
Por outro lado, alguns especialistas discordam das posições a favor do voto impresso e chegam a considerar a sua adoção, uma irresponsabilidade
Para o diretor do Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência da Unicamp, Walter Carnielli, o voto impresso ofereceria “uma ilusória sensação de segurança a um custo extremamente alto, não somente financeiro mas político”. Carnielli disse que “alterar as regras eleitorais da maneira proposta por alguns opositores, é no mínimo uma irresponsabilidade”.
Os defensores do voto impresso afirmam que na urna brasileira, a identificação do eleitor é registrada no mesmo equipamento em que ele vota e que, se o software estiver adulterado, é possível quebrar o sigilo do voto associado à sua identidade. Eles entendem que o eleitor deve ser identificado em máquina diferente.
O Tribunal Superior Eleitoral afirma que o eleitor e seu voto são registrados separadamente, sem nenhuma relação. Os programas são abertos para que a OAB, os partidos e o Ministério Público possam analisá-los. Conforme o TSE, desvincular a identificação do eleitor da máquina que recebe o voto abre a possibilidade de haver mais eleitores do que votos ou mais votos do que eleitores. Segundo o TSE, o voto impresso é ineficiente e traz de volta todas as mazelas eliminadas com a introdução da tecnologia.
Para os defensores do voto impresso, no entanto, o sistema é bem protegido contra ataques externos, mas vulnerável a investidas internas, de funcionários do TSE, por exemplo.

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