Boicote aos produtos do Brasil é a mais pura conversa fiada
Por J.R. Guzzo
O noticiário tem trazido, em geral com alarme, mais um lote de notícias (ou de desejos) sobre a situação de dificuldade, perene e aparentemente insolúvel, que atravessam ao mesmo tempo a agricultura, a pecuária e a produção geral de alimentos no Brasil. O assunto é o de sempre: a “destruição das florestas” deste país, especialmente as da “Amazônia”.
A novidade seria uma espécie de boicote mundial, ou coisa parecida, à produção rural brasileira por parte de “300 grandes empresas” e outras potências do capitalismo moderno, recentemente transformadas em mocinhas da natureza, do ar puro e da “sustentabilidade”.
Em suma: se os produtores brasileiros (que foram escalados para o papel de bandidos desse filme) não pararem de desmatar a Amazônia e incendiar as florestas, o Primeiro Mundo não vai comprar mais nada que venha daqui, nem investir um único tostão no Brasil.
Absurdos construídos com capricho, falsa
ciência e muito dinheiro acabam um dia, como eventualmente acaba todo o
charlatanismo de vendedor de elixir em feira livre – quando se verifica, pela
força dos fatos, que a mercadoria posta à venda é falsa. Até lá, porém, fazem
um barulho e tanto, como é o caso da “devastação” da Amazônia pelo
“agronegócio”. Paciência. Não há como convencer quem quer ser enganado – o que
se pode fazer é chamar de conto do vigário tudo aquilo que é conto do vigário,
esperar que o tempo passe e continuar trabalhando. Fazer o quê?
Missão impossível, pois o sujeito nunca viu um mapa do Brasil; não sabe onde é o Paraná, nem o Amazonas e, para dizer a verdade, nem o Brasil. Também não está interessado em aprender; só está interessado em acreditar. Se você encarar, digamos, um bom holandês, disser que o Brasil fica na Oceania e fizer uma cara bem séria, há 50% de chance do sujeito achar que é isso mesmo. Aí não há o que fazer.
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