A minoria mal educada e
pueril perdeu. E outra: função de repórter não é de lavadeira.
A reforma da Previdência
foi aprovada no vestibular. E é só o vestibular: na Comissão de Constituição e
Justiça. Mas o score é significativo: 48 a 18.
Isso significa uma força
para essa reforma, que é absolutamente necessária – menos para aquela minoria barulhenta,
mal educada e pueril, que se comporta como estudante que integra um Centro
Acadêmico. E olha que eu fui presidente de Centro Acadêmico e não tinha isso.
Enfim, foi só uma amostra.
O que vai valer mesmo é essa comissão especial que está sendo formada. Ela sim
vai entrar no cerne da questão.
Eu quero preveni-los sobre
o grande engodo, que é dizer que vai pegar os pobres: não, ela vai pegar os
privilegiados. Gente que recebe R$ 40 mil no mínimo de aposentadoria, gente que
se aposenta cedo, essas coisas. Em geral, é uma elite de funcionários de gente
do Senado e do Judiciário, mais ou menos isso.
Nada fora criado para
melar a situação, e todo mundo se deu muito bem. O presidente da República não
se meteu no Legislativo, e isso é importante. Um dos articuladores da
previdência no passado me disse “Respeito ao Poder Legislativo”. Bolsonaro não
se meteu, não alterou nada, não fez ameaça, não fez barganha e não fez acordo;
ele deixou que as pessoas se entendessem.
O resumo está em uma
palavra do ministro Paulo Guedes durante aquelas gritarias na Comissão: “Se
vocês não gostarem, mudem. E assumam a responsabilidade sobre a mudança”.
Outro assunto…
Nesta quarta-feira, o Juiz
da Lava Jato, Luiz Antonio Bonat, deu prazo de oito dias para a defesa de Lula se
manifestar sobre o recurso do Ministério Público (MP) para aumentar ainda mais
a última condenação dele, no caso do Sítio de Atibaia, de 12 anos e 11 meses. O
MP achou pouco e está querendo mais.
Então, a defesa tem oito
dias e depois vai para o Tribunal Regional Federal, de Porto Alegre, que foi o
que aumentou a pena de Sérgio Moro, que era de nove anos e meio, para 12 anos
no caso do Tríplex, e que na terça-feira o Superior Tribunal de Justiça
diminuiu para oito anos, dez meses e 20 dias.
Com a definição de segunda
instância nesta segunda condenação, põe-se por terra aquela fez festa de que
Lula já estaria solto em outubro.
Uma coisa importante
daquele julgamento que reduziu a pena é que o Tribunal não aceitou o argumento
de que se trata de crime eleitoral. Isso iria mandar o processo para a Justiça
Eleitoral e começar tudo de novo.
Por falar em Lava Jato…
O ministro Edson Fachin,
relator da Lava Jato no STF, pela quinta vez mandou arquivar um inquérito
contra o senador Renan Calheiros, do MDB. Pela quinta vez e pelo mesmo motivo:
falta de provas.
Só que ainda tem pela
frente outros 13 inquéritos contra Renan Calheiros. Por falta de inquérito é
que ele não pode ficar despreocupado.
Por outro lado…
O Superior Tribunal de
Justiça – esse Tribunal que reduziu a pena de Lula – confirmou uma decisão da
Justiça do Ceará contra o MP. Afirmando que sim: as empresas aéreas podem
cobrar sobre a bagagem.
A bagagem que tiver mais
de dez quilos tem que ser despachada, e além de tudo tem que estar no volume
apropriado para entrar no avião. As pessoas trazem tanta bagagem que às vezes
tem que botar no porão do avião, porque não cabe mais dentro do avião.
É um peso, eu me preocupo
com isso. Deve haver um cálculo pelo despachante meio no chute sobre a soma
dessa bagagem manual. Porque a bagagem de mão não é pesada, já a bagagem que é
despachada é pesada.
O avião dá combustível na
hora da decolagem com base no peso que está registrado pelo despachante. E o
momento mais crucial de um voo é o momento da decolagem – o pouso também porque
ele vem sem força e com pouca sustentação.
Os Bolsonaro, Mourão e a
imprensa
Queria falar também sobre
esse bate-boca do Carlos Bolsonaro. Dizem que já faz uns dias que o presidente
Jair Bolsonaro chamou a atenção do filho. O filho parece ter ficado magoado com
a nota do Palácio do Planalto que botou o Olavo de Carvalho para escanteio,
dispensando o Olavo de Carvalho de qualquer ajuda, porque estava mais
atrapalhando do que ajudando.
Mas agora o filho continua
a criticar o vice-presidente, Hamilton Mourão, que é o companheiro de chapa do
pai dele. Eu acho que o vice-presidente já mostrou – citando a mãe dele – que
quando um não quer, dois não brigam.
Agora, repórter: a nossa
função não é ficar provocando coisa de lavadeira, de disk-disk: “Olha o Carlos
disse isso, o que o senhor diz a respeito?”. Mourão só respondeu: “Vira a
página”. Isso é o estímulo ao bate-boca.
A gente não pode se meter
nos fatos. Se ele quiser responder, responde. Se ele não quiser, não responde.
Mas a gente vai e provoca. E ele não caiu nessa provocação. O presidente também
falou ponto final nesse bate-boca.
Aliás, entre Carlos
Bolsonaro e o general Mourão a gente vê quem está formado por disciplina, por
cumprimento de missão e por sacrifício. Eu acho que o general Mourão
compreendeu o momento, porque isso é um desgaste desnecessário em um momento em
que o governo está com projetos importantes no Congresso.
O último IBOPE, sobre a
aprovação do governo, está mostrando que dá mais de 66% de ótimo, bom e
regular. Ótimo e bom está com 35%, regular com 31%, o que dá dois terços da
população. Ruim e péssimo 27%.
Para finalizar…
Eu queria mencionar a
operação da Polícia Civil da Coordenação do Conselho Nacional de Chefes da
Polícia Civil de todos os estados brasileiros, para pegar gente que estava
solta por aí, embora estivesse condenada.
A Polícia pegou um monte
de gente, quase mil. Saiu com mil mandados de busca e apreensão pegando muita
gente. O que é isso? É um estímulo à Polícia, ela está sentindo vir do governo
um estímulo. Estímulo à Polícia é desestímulo ao bandido – bandido comum ou
bandido de colarinho branco, o corrupto.
Alexandre Garcia
Gazeta do Povo
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